Papa Francisco às crianças: "a violência se vence com a paz"
Terra Santa
(RV) – Papa Francisco tem demonstrado uma ligação toda especial com as crianças.
Neste sábado (31), por exemplo, o Santo Padre vai receber mais de 400 crianças de
Nápoles e Roma. São pequenos com risco de abandono e dispersão escolar que encontrarão
o Papa no Vaticano.
Na peregrinação do Papa Francisco à Terra Santa, no último
final de semana, diferentes momentos marcaram essa vocação pedagógica e de acolhida
em relação às crianças. Ainda no sábado (24), na sua chegada ao aeroporto Queen Alia
de Amã, o Santo Padre recebeu uma íris preta das mãos de crianças, em homenagem à
visita do Santo Padre à Terra Santa. A flor é um símbolo do Reino Hachemita da Jordânia.
Na
segunda-feira (26) de manhã, em Jerusalém, durante a visita de cortesia ao Presidente
de Israel, Shimon Peres, duas crianças foram apresentadas ao Santo Padre logo no jardim
de ingresso do Palácio Presidencial. Elas tinham câncer e estavam em estado avançado
da doença, e com o desejo de encontrar o Papa antes de morrer.
Ao final do
protocolo no Palácio e em presença de centenas de crianças de diferentes condições
sociais e religiões, o Presidente Peres falou de “expressões de esperança comum de
fraternidade e tolerância, colaboração e de um futuro melhor”:
Queremos
trabalharjuntos -judeus, cristãos emuçulmanos-e colocar a palavra fim; queremos viveretrabalhar por una justiçapara todos.Eu achoque a paz sejaa chave para essamudança.Como está escritono Livro deIsaías:
"A minha casa écasa de oraçãopara todas as pessoas."
Israelfoi construídapor muitas pessoasque tiveramo desejo de construirum Paíspara as gerações futuras. Queremos construirummundo onde háfraternidade.Eujáestou velho, mas vi que os sonhosnão envelhecem.
Esperoque as novas gerações tenham uma vidamais
bonita.
No último domingo (25), pela parte da tarde e após a visita
privada à Gruta da Natividade de Belém, Francisco foi encontrar centenas de crianças
palestinas que vivem em campos de refugiados. O Papa se dirigiu a elas falando em
espanhol:
Desejo que estejam bem de saúde, que a família esteja bem e que
vocês estejam bem. Estou muito contente por visitá-los e vejo que vocês têm muitas
coisas no coração. Queira o bom Deus concedê-los tudo o que desejam. Disseram-me que
querem cantar, é verdade?
No grande auditório Phoenix Centre de Belém,
que é um centro de reintegração social no campo de refugiados de Dheisheh, as crianças
acolheram o Papa com cartazes que traziam escritas de denúncia, como: “Cristãos e
muçulmanos vivem sob ocupação” e “Jamais vi o mar”. Um garoto saudou o Papa falando
em italiano:
Querido Papa Francisco, somos os filhos da Palestina. Desde
há 66 anos que os nossos pais sofrem a ocupação. Abrimos os nossos olhos sob esta
ocupação e vimos a nakba (catástrofe, ndr) nos olhos dos nossos avós, quando deixaram
este mundo. Queremos dizer ao mundo: basta de sofrimentos e humilhações!
Papa
Francisco: Agradeço os cantos, muito lindo! Cantam muito bem. E agradeço as palavras
que você me disse em nome de todos. Agradeço o presente, é muito significativo! Li
o que vocês escreveram ali nos cartazes, comprendo os que estavam escritos em inglês
e o Padre me traduziu os que estavam em árabe. Compreendo aquilo que estão me dizendo,
a mensagem que estão me dando. Jamais deixem que o passado determine a vida. Olhem
sempre para frente. Trabalhem e lutem para conseguir aquilo que vocês querem. Mas
estejam certos de uma coisa, que não não se vence a violência com a violência. A violência
se vence com a paz! Com a paz, com o trabalho, com a dignidade de fazer a pátria seguir
adiante. Muito obrigado por terem me recebido! Peço a Deus que abençoe vocês! E peço-lhes
que rezem por mim!(AC)