2014-05-28 16:03:00

Oração no Vaticano com Francisco, Peres e Abbas será em breve, mas data ainda indefinida


Cidade do Vaticano (RV) – A histórica primeira peregrinação do Papa Francisco à Terra Santa foi marcada por gestos de grande simbolismo (“os mais autênticos são aqueles que não se pensam, aqueles que vem”, disse o Papa). Na segunda-feira pela manhã, o Pontífice dirigiu-se à Basílica Santa Maria Maior, centro de Roma, para agradecer pelo bom êxito da viagem e os seus frutos. Um deles é o encontro de oração que será realizado no Vaticano, entre o Presidente israelense Shimon Peres e o Presidente do Estado da Palestina, Mahmoud Abbas.

O convite para o encontro foi feito por Francisco à Mahmoud Abbas em Belém e a Shimon Peres no encontro na residência presidencial, em Jerusalém. A iniciativa pretende relançar as negociações de paz, a partir da convergência das três religiões monoteístas: cristã, judaica e muçulmana.

“Ainda não existe uma data – afirmou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, na coletiva de imprensa realizada após a viagem. Ainda devem ser consultados os protocolos, pois todos tem a agenda cheia e o encontro deve ser realizado em breve”. “Ainda não se chegou a um acordo sobre a data – acrescentou -, mas existe total disponibilidade dos dois presidentes”.

Para a organização prática do evento, o Papa Francisco encarregou o Custódio da Terra Santa, Pe. Pierbattista Pizzaballa, que deverá cuidar também da participação de um rabino e de um representante islâmico no encontro.

No vôo de volta de Tel Aviv, o Papa Francisco falou aos jornalistas sobre o significado de sua iniciativa: “Será um encontro de oração. Não será um encontro para fazer uma mediação ou buscar soluções, não. Nos reuniremos para rezar, somente. E depois, cada um volta para sua casa. Mas eu acredito que a oração seja importante, e rezar juntos sem fazer discussões de outro tipo, isto ajuda”.

Ao ser perguntado sobre como resolver a “questão Jerusalém” para encontrar uma paz estável e duradoura, o Papa respondeu que a posição do Vaticano parte de um ponto de vista religioso: “será a cidade da paz das três religiões”. “As medidas concretas para a paz – acrescentou – devem sair da negociação. Se deve negociar. Eu concordaria que das negociações possa talvez vir esta parte: será capital de um Estado, de outro... Mas estas são hipóteses. Eu não digo: ‘deve ser assim’, não, são hipóteses. Verdadeiramente, eu não me sinto competente para dizer: “sim, faça isto ou isto” porque seria uma loucura da minha parte. Mas acredito que se deva entrar no caminho das negociações com honestidade, com fraternidade, com confiança mútua. E ali se negocia tudo: todo o território e também as relações”.

“É necessário coragem para fazer isto – disse ainda o Papa – e eu rezo tanto ao Senhor para que estes dois governos tenham a coragem de seguir em frente. Este é o único caminho da paz. Somente digo aquilo que a Igreja deve dizer e disse sempre: Jerusalém, que seja custodiada como capital das três religiões, como referência, como uma cidade de paz – me vinha também a palavra ‘sagrada’, mas não é justa – mas de paz e religiosa”.

Falando sobre o convite aos dois presidentes para um encontro de oração, Francisco explicou que “isto era pensado de se fazer lá, mas existiam tantos problemas logísticos, tantos, pois eles devem considerar o território onde se fazer e não é fácil. Por isto, se pensava a uma reunião....mas no final, saiu este convite, que espero, saia tudo bem”.

O Presidente Shimon Peres, destacou na terça-feira, 27, ao encontrar o Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I, que “o encontro entre autoridades religiosas e políticas pode ajudar a encontrar um compromisso e uma solução entre as partes em conflito”.

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 28, o Pontífice recordou o convite feito aos Presidentes de Israel e da Palestina, “homens de paz e artífices da paz”, a virem ao Vaticano para rezarem pela paz, pedindo aos presentes:

Por favor, peço a vocês que não nos deixem só. Rezem muito para que o Senhor nos dê a paz naquela terra abençoada. Conto com a oração de vocês, forte, rezem muito para que reine a paz”. (JE)








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