Missão Continental: Comunidades Eclesiais de Base – compromisso evangelizador e missionário
Cidade do
Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, na edição de hoje do nosso quadro "O Brasil na
Missão Continental" continuamos tendo a Paróquia no centro de nossas atenções, e o
fazemos na esteira da 52ª Assembléia Geral da CNBB, realizada de 30 de abril a 9 de
maio, em Aparecida, SP, cujos trabalhos foram norteados pelo tema "Comunidade de comunidades
– uma nova Paróquia".
O tema reconduz-nos a maio de 2007, à V Conferência Geral
do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, cujo conceito de Paróquia como rede de
comunidades é um de seus frutos mais amadurecidos e trabalhados ao longo destes sete
anos. Trata-se de uma visão que, entre outros, resgata a rica experiência das Cebs
– Comunidades eclesiais de base –, já bastante conhecida em nossas Igrejas particulares.
De
fato, a Conferência de Aparecida assume a Paróquia como comunidade de comunidades.
Uma Igreja viva, participativa, em que, a partir dessas comunidades eclesiais se vive
intensamente a dimensão comunitária participativa.
A esse propósito, vamos
ver o que diz o Documento de Aparecida sobre elas. Nesta edição trazemos os números
178, 179 e 180. O tópico intitula-se "Comunidades Eclesiais de Base e Pequenas
Comunidades".
178. Na experiência eclesial de algumas Igrejas da
América Latina e do Caribe, as Comunidades Eclesiais de Base têm sido escolas que
têm ajudado a formar cristãos comprometidos com sua fé, discípulos e missionários
do Senhor, como o testemunha a entrega generosa, até derramar o sangue, de muitos
de seus membros. Elas abraçam a experiência das primeiras comunidades, como estão
descritas nos Atos dos Apóstolos (At 2,42-47). Medellín reconheceu nelas uma célula
inicial de estruturação eclesial e foco de fé e evangelização. Puebla constatou que
as pequenas comunidades, sobretudo as comunidades eclesiais de base, permitiram ao
povo chegar a um conhecimento maior da Palavra de Deus, ao compromisso social em nome
do Evangelho, ao surgimento de novos serviços leigos e à educação da fé dos adultos;
no entanto, também constatou “que não têm faltado membros de comunidade ou comunidades
inteiras que, atraídas por instituições puramente leigas ou radicalizadas ideologicamente,
foram perdendo o sentido eclesial”.
179. As comunidades eclesiais de
base, no seguimento missionário de Jesus, têm a Palavra de Deus como fonte de sua
espiritualidade e a orientação de seus pastores como guia que assegura a comunhão
eclesial. Demonstram seu compromisso evangelizador e missionário entre os mais simples
e afastados, e são expressão visível da opção preferencial pelos pobres. São fonte
e semente de variados serviços e ministérios a favor da vida na sociedade e na Igreja.
Mantendo-se em comunhão com seu bispo e inserindo-se no projeto de pastoral diocesana,
as CEBs se convertem em sinal de vitalidade na Igreja particular. Atuando dessa forma,
juntamente com os grupos paroquiais, associações e movimentos eclesiais, podem contribuir
para revitalizar as paróquias, fazendo delas uma comunidade de comunidades. Em seu
esforço de corresponder aos desafios dos tempos atuais, as comunidades eclesiais de
base terão o cuidado de não alterar o tesouro precioso da Tradição e do Magistério
da Igreja.
180. Como resposta às exigências da evangelização, junto
com as comunidades eclesiais de base, existem outras formas válidas de pequenas comunidades,
inclusive redes de comunidades, de movimentos, grupos de vida, de oração e de reflexão
da palavra de Deus. Todas as comunidades e grupos eclesiais darão fruto na medida
em que a Eucaristia for o centro de sua vida e a Palavra de Deus for o farol de seu
caminho e de sua atuação na única Igreja de Cristo.
Amigo ouvinte, por hoje
ficamos por aqui. Semana que vem tem mais, se Deus quiser! (RL)