Caso Meriam. Dom Tomasi: é necessário respeito pela liberdade religiosa e o diálogo
O mundo continua a emocionar-se e a Comunidade internacional a trabalhar para que
as autoridades sudanesas libertem Meriam Yahya Ibrahim Ishaq. Esta mulher, que foi
condenada à morte sob a acusação de apostasia, deu à luz nesta terça-feira a criança
que trazia no ventre. [Serviço de Massimiliano Menichetti]:
Chama-se Maya
, a criança de Meriam Ibrahim Yahya Ishaq, a mulher de 27 anos condenada à forca por
apostasia. A menina nasceu na enfermaria da prisão, em Cartum, e está bem. Por enquanto
não existem possibilidades para Meriam sair do centro de detenção. Na cela, acorrentada,
ela esperou o nascimento da bebé juntamente com o seu filho de 20 meses. Desde o passado
dia 17 de Fevereiro, quando Meriam foi presa depois da denúncia de um parente, o marido
está a lutar para libertá-la. São numerosos os apelos para a sua libertação por parte
da Igreja local, ONGs e diplomatas. Sobre ela pende a acusação de se ter convertido
ao cristianismo. Na verdade, ela é filha de uma mulher cristã ortodoxa e de um muçulmano
que abandonou a casa quando ela era pequena, e portanto cresceu com os valores cristãos.
Para a lei do Alcorão, contudo, que prevê a transmissão da fé na linha paterna, ela
continua a ser um muçulmana. É também acusada de adultério por se ter casado com um
cristão, e por isto foi condenada a cem chicotadas. A execução da condenação à forca
foi suspensa por dois anos por causa do nascimento da filha, e também está previsto
um novo processo que poderia excluir a pena capital, mas nos últimos dias, segundo
fontes locais, ela ainda recebeu pressões (rejeitadas por Meriam) para renegar a própria
fé.
“É necessário respeitar o direito fundamental da liberdade religiosa",
foi o comentário de D Silvano Maria Tomasi, Observador permanente da Santa Sé na Sede
da ONU, em Genebra, sobre o caso de Meriam.