Amã (RV) – Na parte da tarde da sua primeira jornada na Terra Santa, após o
encontro com as autoridades jordanianas, no Palácio Real de Amã, o Santo Padre se
dirigiu ao Estádio Internacional da cidade, para a celebração da Eucaristia.
Participaram,
entre outros, números refugiados cristãos, provenientes da Palestina, da Síria e do
Iraque. Durante a Santa Missa, abrilhantada com cantos em árabe, cerca de 1.400 crianças
fizeram a Primeira Comunhão.
Em sua homilia, o Papa Francisco partiu da Liturgia
do dia, detendo-se no Evangelho, no qual Jesus faz uma promessa aos discípulos: «Eu
pedirei ao Pai para que Ele vos envie outro Paráclito, para que esteja sempre convosco»
O primeiro Paráclito, recordou o Papa, é o próprio Jesus; o «outro» é o Espírito Santo.
Referindo-se
ao lugar, onde o Espírito Santo desceu sobre Jesus, durante o Batismo de João, no
rio Jordão, não muito distante dali, o Bispo de Roma disse:
“O Evangelho
deste domingo e também este lugar, onde, graças a Deus, me encontro como peregrino,
convidam-nos a meditar sobre o Espírito Santo e sobre o que Ele realiza, em Cristo
e em nós; logo, podemos resumir desta forma: o Espírito atua em três maneiras: prepara,
unge e envia”.
No momento do batismo, o Espírito pousa sobre Jesus para
prepará-lo à sua missão de salvação, caracterizada pelo estilo do Servo humilde e
manso, pronto à partilha e ao dom total de Si. Mas, o Espírito Santo, presente desde
o início da história da salvação, já havia intervindo no momento da concepção de Jesus
no ventre virginal de Maria de Nazaré, realizando o evento maravilhoso da encarnação.
O
Espírito Santo interveio também em Simeão e Ana, no dia da apresentação de Jesus no
Templo. Na atitude profética dos dois anciãos, exprime-se a alegria do encontro com
o Redentor. As várias intervenções do Espírito Santo fazem parte de uma ação harmônica,
de um único projeto do amor divino.
Com efeito, a missão do Espírito Santo
é gerar harmonia e paz nos vários contextos e pessoas. Por isso, hoje, com coração
ardente, invoquemos o Espírito Santo, pedindo-Lhe que prepare o caminho da paz e da
unidade.
Depois, o Espírito Santo unge: unge Jesus e os discípulos para que
tenham os seus mesmos sentimentos para assumir na própria vida atitudes que favoreçam
a paz e a comunhão. Com a unção do Espírito, a humanidade é marcada pela santidade
de Jesus e, assim, nos tornamos capazes de amar os irmãos com o mesmo amor de Deus.
E o Santo Padre exortou:
“Portanto, é preciso praticar gestos de humildade,
fraternidade, perdão e reconciliação. Estes gestos são pressuposto e condição para
uma paz verdadeira, sólida e duradoura. Peçamos ao Pai que nos unja, para nos tornarmos
plenamente seus filhos, configurados cada vez mais a Cristo, a fim de nos sentirmos
todos irmãos e, assim, afastar de nós rancores e divisões e amar-nos fraternalmente”.
Por fim, o Papa explicou a terceira ação do Espírito Santo: ele envia. Jesus
é o Enviado do Pai. Ungidos pelo seu Espírito, também nós somos enviados como mensageiros
e testemunhas de paz. E o Bispo de Roma acrescentou:
“A paz não se pode
comprar: é um dom que se deve buscar pacientemente e construir «artesanalmente» através
dos pequenos e grandes gestos da nossa vida diária. Podemos consolidar o caminho da
paz se reconhecermos que todos nós temos o mesmo sangue e fazemos parte do gênero
humano; se não nos esquecermos que temos um único Pai e todos somos seus filhos, criados
à sua imagem e semelhança”.
O Papa Francisco concluiu sua homilia mandando
um abraço fraterno a todos: o Patriarca, os irmãos Bispos, os sacerdotes, as pessoas
consagradas, os fiéis leigos, a multidão de crianças, que fizeram a Primeira Comunhão
e os seus familiares. Cumprimentou, de coração, o numeroso grupo de refugiados cristãos,
proveniente da Palestina, Síria e Iraque, pedindo-lhes para levar às suas famílias
e comunidades a sua saudação e a sua solidariedade.
Enfim, invocou o Espírito
Santo para que cure as feridas dos erros, das incompreensões, das controvérsias, e
que nos envie, com humildade e mansidão, pelas sendas desafiadoras, mas fecundas,
da busca da paz! (MT)