AIF: mais indicações de transacções suspeitas, progressos do IOR
Foi apresentado na manhã desta segunda-feira na Sala de Imprensa do Vaticano o segundo
o Relatório anual da Autoridade de Informação Financeira (AIF) da Santa Sé e do Estado
da Cidade do Vaticano. O documento, relativo ao ano de 2013, refere-se à actividade
de informação financeira e de vigilância para a prevenção e combate à lavagem de dinheiro
e ao financiamento do terrorismo. Aumentaram as indicações de operações suspeitas,
passando das 6 em 2012 para 202 em 2013, e foi realizada a primeira inspecção ordinária
do IOR, que destacou "progressos substanciais". O Relatório foi apresentado por René
Brülhart, director da AIF.
Foram reforçados os "instrumentos legais e institucionais"
para a luta eficaz contra a criminalidade no sector financeiro, aumentou a colaboração
internacional com as autoridades estrangeiras competentes, melhorou a "performance"
no monitoramento de potenciais irregularidades financeiras - este é em síntese o
resultado do Relatório apresentado pela AIF. Segundo René Brülhart, director do organismo
criado pelo Papa emérito Bento XVI no fim de 2010, os instrumentos jurídicos não foram
apenas melhorados, mas foram tornados "efectivamente operacionais" precisamente em
2013:
“If you look back to 2013 it has been… Se olharmos
para 2013foi um ano dedesafios,
mascomum melhoramento substanciale desenvolvimentos positivos.Estou feliz
de poder trabalhar nos desenvolvimentos e os objectivosque alcançámos, para fortalecer ainda mais
um sistema funcionante e sustentável, mesmo na Santa
Sé,para combater a lavagemde
dinheiro e o financiamentodo terrorismo".
O
Diretor da AIF fez depois referência à análise do balanço da actividade já realizada
em Dezembro passado pelo Comité MONEYVAL do Conselho da Europa de Estrasburgo: com
base nos resultados e estatísticas, disse, "temos em vigor um sistema correcto e equivalente
para prevenir e combater a criminalidade financeira"," bem-alinhado" com as normas
internacionais.
Portanto, os dados concretos. A AIF registou um crescimento
notável das indicações de transacções suspeitas, que passara de 6 indicações em 2012
para 202 em 2013. Um crescimento - foi explicado - que reflecte tanto o desenvolvimento
dos instrumentos legais, como também uma melhoria no desempenho operacional das entidades
sujeitas à supervisão da AIF. Cinco indicações foram apresentadas ao Promotor de Justiça
para uma ulterior investigação:
“Aif is doing its work ... A
AIF está a fazer o seu trabalho,um
trabalho deanálise, e decide
se um caso deve depois ser submetidoao
promotordejustiçaou não.Uma vez submetidoao promotordejustiça,
o caso já nãoestá nas mãosda AIF. Portanto, o
promotor de justiçaagirá de maneira totalmente independente
e fará o seu trabalhonesse sentido".
O
número de pedidos de informação apresentados pela AIF a autoridades estrangeiras
aumentou de 1 em 2012 para 28. O número de pedidos recebidos pela instituição vaticana
e provenientes de países estrangeiros passou de 3 em 2012 para 53 em 2013. "Este aumento
-.. sublinhou Brülhart - deveu-se também à cooperação internacional" na luta contra
a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. Por exemplo, a AIF tornou-se
membro do Egmont Group, a rede global das Unidades de Informação Financeira, e assinou
memorandos de entendimento com a Alemanha, a Itália, a Holanda a Eslovénia e os Estados
Unidos.
Quanto ao número de declarações de transporte transfronteiriço de dinheiro
em contante ou títulos ao portador em quantidades superiores a 10.000 euros, diminuiu
ainda em 2013, chegando a 1.557 declarações de saída (eram 1.782 em 2012) e 550 de
entrada (tinham sido 598 em 2012). Resultado devido ao aumento dos controles e procedimentos
"mais rigorosos"
Durante os meses de Julho e Agosto de 2013, recordou ainda
Brülhart, o Papa Francisco expandiu o papel da AIF, alinhando os instrumentos legais
aos padrões internacionais. Em Novembro passado foi publicado um novo estatuto do
mesmo organismo, que se baseia principalmente na supervisão e informação financeira,
especificando alguns aspectos da sua governance, como as exigências de competências
profissionais e financeiras para o pessoal-chave dos órgãos da AIF.
No primeiro
trimestre de 2014, informa igualmente o Relatório, a AIF realizou "a primeira inspecção
ordinária in situ" do Instituto para as Obras de Religião (IOR), "para verificar
a implementação das medidas estabelecidas para prevenir e evitar a lavagem de dinheiro
e o financiamento do terrorismo": "progressos substanciais" foram realizados pelo
IOR nos últimos 12 meses. Por esta ocasião, a AIF também formulou um plano de acção
para fazer com que os procedimentos cumpram plenamente os requisitos da lei e para
operar melhorias organizacionais e de procedimento.