A vida não é um jogo de futebol, onde vence o melhor: todos têm direito à liberdade
Cidade do Vaticano
(RV) – “A Copa do Mundo pode se tornar uma terrível vergonha, ao invés de uma
festa para a humanidade”: esta advertência foi feita esta manhã pela Presidente da
União Internacional das Superioras-Gerais, Ir. Carmen Sammut.
A ocasião foi
a apresentação, na Sala de Imprensa da Santa Sé, da campanha “Jogue a favor da vida
– denuncie o tráfico de pessoas” – levada avante no Brasil pela Rede “Um Grito pela
Vida”, que por sua vez integra a Rede Internacional contra o tráfico de seres humanos
Talitha Kum.
Para Ir. Carmen, as pessoas têm que ser conscientizadas
do que acontece às margens desses grandes eventos mundiais, como a Copa do Mundo,
e do sofrimento de quem é traficado.
Já a Ir. Gabriella Bottani, representante
na América Latina da Rede Talitha Kum e que trabalha em Porto Velho (Rondônia), falou
da realidade brasileira. De modo especial, ressaltou que no Brasil coexistem todas
as fases da exploração, pois é um país de origem, trânsito e destino das vítimas.
Ir.
Bottani afirmou que durante o período de preparação da Copa se observou que seja as
ameaças, seja as oportunidades, jogam no mesmo campo: de um lado, a possibilidade
de um maior lucro e a esperança de melhorar as condições de vida; de outro, um aumento
das situações de degrado social e ameaças à vida e aos direitos fundamentais.
“Nós
queremos que a nossa voz não se eleve somente com os vencedores, mas que se eleve
com os que não aceitam que a vida seja como um campeonato de futebol, onde vence somente
o melhor. Todos temos o direito de vencer para ter vida em abundância... temos o direito
de ser livres”.
Entre os participantes da coletiva, mais de uma vez foi usada
a expressão “sintonia” para manifestar o elo que une o Papa aos consagrados de todo
o mundo na defesa dos mais vulneráveis.
“Os religiosos e as religiosas se encontram
em todo o mundo engajados em sua missão em meio a todas as formas de pobreza e tocam
com suas mãos a humilhação, o sofrimento e o tratamento desumano e degradante infligido
a mulheres, homens e crianças desta escravidão moderna” – disse por sua vez o Prefeito
da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica,
Card. João Braz de Aviz.
Ao final da coletiva, Dom João participou ao vivo
do noticiário matutino da Rádio Vaticano, em que explica, entre outras coisas, o motivo
pelo qual esta campanha foi apresentada no Vaticano.