2014-05-19 09:58:31

Visita do Papa à Terra Santa traz novas esperanças para o ecumenismo: diz Cardeal Koch


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Faltam poucos dias para a viagem do Papa Francisco à Terra Santa, programada para os dias 24 a 26 deste mês. Trata-se de uma peregrinação repleta de significado, como nos explica o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, entrevistado pela Rádio Vaticano:

"O ponto de partida para esta visita foi a comemoração do primeiro encontro entre o Patriarca Atenágoras e o Papa Paulo VI, em Janeiro de há 50 anos, em Jerusalém: foi o primeiro encontro depois de muito, muito tempo, e foi o início do diálogo. E com o encontro entre os actuais representantes da Igreja – o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu I – espero que as boas relações que experimentámos nestes 50 anos possam ser ulteriormente aprofundadas para dar outros passos no futuro".

RV: Podemos esperar algum passo concreto, ou se trata de algo que se dá, sobretudo, num nível "simbólico"?

"Creio que se trata substancialmente de um nível simbólico, mas no campo do ecumenismo o nível simbólico é muito importante! Fazemos uma distinção entre o diálogo do amor e o diálogo da verdade, e o diálogo da verdade sobre questões teológicas não é muito simples; mas ele não funciona sem o diálogo do amor e nesse sentido, esse encontro representa um evento muito importante!"

RV: Do ponto de vista ecuménico, o que o Papa leva à Terra Santa?

"Sobretudo, o Papa leva a si mesmo e a sua mensagem, e essa é uma mensagem de paz e de reconciliação e de fraternidade nas relações ecuménicas".

RV: Sendo responsável pelo dicastério vaticano que se ocupa da promoção da unidade dos cristãos e também responsável pelo diálogo com os judeus: quais são, para si, neste campo, as esperanças colocadas nesta visita?

"Os encontros com os judeus e com os representantes de Israel se dão em dois níveis. Por um lado, os encontros com os representantes do Estado – o presidente, o primeiro-ministro e as autoridades do Estado – que têm a finalidade de consolidar e aprofundar as relações entre Vaticano e Israel; por outro lado, está previsto um encontro com o Grão-Rabino de Jerusalém: esse é um dos aspectos do diálogo do qual se ocupa a nossa Comissão para as relações religiosas com o Judaísmo. Seguramente também isso contribuirá para o aprofundamento das relações com o Grão-Rabinato de Jerusalém".

RV: A visita do Papa durará somente três dias. Portanto, um tempo breve, mas muito intenso...

"O tempo é relativamente breve, três dias, mas na realidade tudo é muito importante e se deve ressaltar isso... Haverá três dimensões: ecuménica, no encontro com o Patriarca Bartolomeu I e com a celebração ecuménica, durante a qual o Papa encontrará também os outros patriarcas: o greco-ortodoxo de Jerusalém e o Patriarca da Igreja Apostólica Arménia; depois se dará espaço ao Judaísmo com as visitas oficiais; e além disso, naturalmente, a visita ao Muro das Lamentações, ao Yad Vashem, a visita ao túmulo de Herzl ... são todos encontros importantes. Por fim, se terá também o encontro com o Grão-Mufti de Jerusalém, e assim se acrescenta a dimensão inter-religiosa, sobretudo com o Islão".

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