2014-05-19 20:48:21

Papa aos bispos italianos: nada justifica a divisão


Cidade do Vaticano (RV) - "A falta ou, em todo caso, a pobreza de comunhão constitui o escândalo maior, a heresia que desfigura a face do Senhor e divide a sua Igreja. Nada justifica a divisão." Com essas palavras, o Papa dirigiu-se à assembleia dos bispos italianos reunidos no Vaticano.

Ao abrir o encontro o Pontífice fez referência a um particular que lhe chamou a atenção: "Um jornal dizia, acerca dos membros da presidência, que 'este é homem do Papa, este não é homem do Papa, este é homem do Papa...' ... mas na presidência, formada por cinco-seis, todos são homens do Papa".

Em seguida, Francisco falou sobre a sua visão de Igreja. Buscar a unidade é fundamental, porque "a ausência de comunhão constitui o escândalo maior... É melhor ceder... do que dividir a túnica e escandalizar o povo santo de Deus.

"Por isso, como Pastores, devemos evitar tentações que do contrário nos desfiguram: a gestão personalista do tempo, quase como se fosse possível haver um bem-estar prescindindo do bem-estar de nossas comunidades; os mexericos, as meias verdades que se tornam mentiras, a litania das lamentações que trai íntimas desilusões."

Também a Conferência Episcopal Italiana deve estar a serviço da unidade, é preciso tecer relações no signo da abertura. Os sacerdotes precisam disso.

"Nossos sacerdotes, os senhores sabem muito bem disso, são muitas vezes provados pelas exigências do ministério e, por vezes, também desencorajados pela impressão de obterem poucos resultados: devemos educá-los a não se limitarem a calcular entradas e saídas, a verificar se aquilo que creem ter dado corresponde, depois, à colheita."

A abertura é uma atitude que deve ser levada adiante na vida de todos os dias. "Como pastores sejam simples no estilo de vida, desapegados, pobres e misericordiosos". Ademais, os desafios de hoje são muitos, porque a crise não é somente econômica, mas, sobretudo, espiritual e cultural. É necessário um novo humanismo. Por isso, é preciso defender a vida, desde a concepção até a morte natural, a família. Sempre com misericórdia.

Não deixem de voltar-se, com compaixão, para quem se encontra ferido em seus afetos e vê o próprio projeto de vida comprometido.

Além disso, deem atenção máxima à crise do trabalho que provoca desemprego, aos migrantes que buscam uma possibilidade de vida. Em suma, exortou Francisco, "ninguém vire o rosto para o outro lado".

Por fim, o Santo Padre dirigiu um apelo aos bispos sentados diante dele: "Rezem por mim, sobretudo na vigília desta viagem na qual me farei peregrino em Amã, Belém e Jerusalém, à distância de 50 anos do histórico encontro entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras". (RL)







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