Mensagem dos Superiores Religiosos do Sudão do Sul
A Associação dos Superiores Religiosos do Sudão do Sul, publicaram nesta sexta-feira,
uma mensagem de solidariedade, de paz e de esperança para o povo do Sudão do Sul,
vítima do conflito armado nestes últimos cinco meses. “Não podemos permanecer indiferentes
ao grito dos pobres e dos inocentes que perderam a sua vida ou que estão a sofrer
profundamente”, lê-se no texto, publicado na capital Juba no final da assembleia anual
da Associação que reúne 29 congregações atuantes no país. Os superiores gerais
pediram orações pelas vítimas desta “violência insensata” e para os seus familiares,
ao mesmo tempo que exprimiram a sua solidariedade aos civis obrigados a abandonarem
as suas casas e bens para fugirem da violência e dirigiram também uma mensagem de
agradecimento e de encorajamento à todo o pessoal religioso que opera nos lugares
do conflito bélico. Agradeceram igualmente todas as Igrejas e todas as agências humanitárias
pela ajuda e o socorro às populações, ao mesmo tempo que condenaram enérgicamente
as violências e as atrocidades cometidas pelas forças governamentais e pelos rebeldes,
as violações dos direitos humanos e a luta pelo poder em curso “à custa de milhares
de vidas humanas”. Após terem agradecido também a comunidade internacional pelo
empenho levado a cabo para a consecussão do cessar fogo assinado a 10 de Maio passado
em Addis Abbeba (a capital da Etiópia), os Superiores Religiosos dirigiram um vibrante
apelo aos dois protagonistas do conflito, o Presidente Salva Kiir e o ex Vice-Presidente
Riek Machar, para que respeitem o acordo do cessar fogo por eles assindo. << Já foi
derramado demasiado sangue, tantas vidas foram já ceifadas, já houve tanta destruição
nesta terra: queremos a paz, a estabilidade e o desenvolvimento para todos os cidadãos
da nossa jóvem nação>> afirmam os superiores na sua mensagem em que recordam também
que “Deus criou povos de todos os clãns, de todas as tribos e nacionalidades para
que vivam na paz, em harmonia e na unidade”. Finalmente, os Superiores religiosos
reafirmaram mais uma vez a sua disponibilidade em colaborar, em comunhão com as Igrejas
locais e outros setores sociais para sarar as feridas, restabelecer a justiça, a paz
e uma autêntica reconciliação no país.