Apelo conjunto do Cardeal Tauran e do príncipe Bin Talal da Jordânia para uma maior
solidariedade no mundo
O papel fundamental
da família e da escola na formação das crianças, a importância da educação religiosa;
a necessária consideração da dignidade da pessoa humana; o respeito pela liberdade
religiosa; a convicção de que não é a religião, mas sim a desumanidade e a ignorância
que causam os conflitos – eis alguns dos pontos do documento comum para uma maior
solidariedade no mundo, assinado nesta quarta-feira na Jordânia pelo Cardeal Jean-Louis
Tauran, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, e pelo príncipe
El Hassan Bin Talal (foto), fundador do Instituto Real de Estudos interconfessionais,
a pouco mais de uma semana da chegada a Amã do Papa Francisco, a 24 de Maio.
Os
participantes no encontro sobre o tema da educação exprimiram dura condenação de todas
as formas de violência e exigiram a libertação imediata das estudantes sequestradas
na Nigéria.
Foi publicado finalmente um decálogo cultural, como confirmou o
Cardeal Tauran ao microfone de Antonino Galofaro:
R. – Ces trois jours
sont passés dans une atmosphère d’exceptionnelle ouverture … Estes três
dias passaram num clima de excepcional abertura e amizade, e isto confirma que o diálogo
inter-religioso inicia sempre com a amizade, para se conhecer, para se amar um ao
outro. O tema geral foi, como se sabe, "como enfrentar os desafios de hoje através
da educação". Insisti no papel indispensável da família, da escola e da universidade.
O importante é que este encontro terminou com a publicação de um "decálogo da cultura",
que convida a nunca renunciar a curiosidade intelectual, a ser humildes e não intelectualmente
arrogantes, conservar a própria autonomia intelectual, diante da superficialidade
do mundo de hoje, perseverar no cuidado à vida interior e considerar o pluralismo
uma riqueza e não uma ameaça.
Eis o " Decálogo " completo para todos
os envolvidos na educação:
1 ) Nunca renunciar à curiosidade intelectual; 2)
Ter coragem intelectual, não cobardia intelectual; 3) Ser humildes e não intelectualmente
arrogantes; 4) Praticar a empatia intelectual, em vez de uma mentalidade fechada;
5 ) Respeitar a integridade intelectual; 6 ) Manter a vossa autonomia intelectual;
7) Perseverar diante da superficialidade que nos rodeia; 8) Ter confiança
na razão; 9 ) Ser leiais e não intelectualmente desonestos; 10) Considerar
o pluralismo como riqueza, não como uma ameaça.