A inovação comunicativa de Francisco. Livro das homilias na Santa Marta no Salão do
Livro de Turim
Cidade do Vaticano (RV) – Foi apresentado no domingo, 11, no Salão do Livro
de Turim – no âmbito do Simpósio intitulado “A revolução de Francisco na comunicação
global” - o livro “A verdade é um encontro. Homilias da Casa Santa Marta”. A obra
é uma coletânea das sínteses das homilias, como apresentadas pela Rádio Vaticano.
Participaram da apresentação do livro o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe.
Federico Lombardi, o filósofo Giovanni Reale, o crítico televisivo Aldo Grasso e o
Diretor da “Civiltà Cattolica” Padre Antonio Spadaro, responsável pela obra. Pe. Lombardi
falou à Rádio Vaticano sobre o estilo comunicativo do Papa Francisco:
Pe.
Lombardi: “O livro recolhe as homilias do primeiro ano de Pontificado do Papa
Francisco, as homilias da Santa Marta: no sentido de que, da Santa Marta, fala à Igreja
e fala a todos aqueles que querem ouvir. O livro recolhe o modo em que estas homilias
foram apresentadas pela Rádio Vaticano. Portanto, é a forma mais fiel para reviver,
ouvir novamente as homilias do Papa. Naturalmente na reflexão que foi feita esta manhã,
a partir disto – que é um momento fundamental pelo modo em que o Papa se expressa,
na origem de cada dia e numa experiência eclesial basilar, como a da Eucaristia –
se alarga o discurso sobre comunicação e sobre o modo em que o Papa Francisco, de
qualquer maneira, inova na comunicação da Igreja e eu diria também naquela mundial.
Foi destacado abundantemente como o seu modo de ser, de gerir e de falar é extremamente
eficaz, de uma forma que está passando da comunicação de massa à comunicação mais
interativa, como a da ‘social media’, a das redes. O modo de ser do Papa Francisco,
que vive procurando o encontro com as pessoas, é absolutamente coerente com a lógica
deste tipo de comunicação que se está desenvolvendo. Ele nos guia, em um certo sentido
é um líder da comunicação humana, eclesial e da fé no tempo da Rede, no qual se partilha
uma experiência, mais do que transmitir conteúdo de uma forma mais impessoal. Isto
eu diria que é um pouco o sentido deste encontro. A contribuição do Prof. Reale foi
muito interessante, também ao fazer ver a ‘vis philosophica’, a força de pensamento,
mesmo filosófico, do Papa Francisco. Ele o colocou muito em relação com Kierkegaard,
que é um filosofo existencialista, em cuja existência tem um papel fundamental na
reflexão e naquilo que esta comunica”.
RV: Papa Francisco não participou
pessoalmente deste Salão Internacional, não obstante esteja muito presente por meio
de tantos livros. Como é possível se aproximar do Papa Francisco com um livro?
Pe.
Lombardi: “Eu acredito que ele tenha nos dado a sua ‘Evangelii Gaudium’, a
sua Exortação Apostólica, que na realidade é um livro, pois é muito ampla; é um livro
muito participado: se lê a sua personalidade e também um pouco a impostação programática,
por assim dizer, do seu Pontificado. Como salientou Padre Antonio Spadaro, tudo isto
que escreve o Papa é aberto: não se trata de um documento que busca concluir um discurso,
mas sempre um documento que procura abrir um discurso. Aqui abre a Igreja à missionaridade,
ao anúncio do Evangelho no mundo de hoje”. (JE)