Aparecida
(RV) – Encerrou-se nesta sexta-feira, no Santuário de Aparecida, SP, a 52ª Assembleia
Geral da CNBB, que teve início no último dia 30 de abril. Foram 10 dias de atividades
intensas durante os quais mais de 350 bispos centralizaram suas atenções em vários
temas que dizem respeito à realidade eclesial e social do país.
“Oração, trabalho
e fraternidade”: desta forma foi definido, pelo porta-voz da Assembleia, Dom Dimas
Lara Barbosa, o evento que começou dia 30, e se encerrou ontem 9 de maio. O tema central
dos trabalhos foi a renovação paroquial, que foi tratado na edição anterior da AG,
em 2013, e resultou no texto Estudo 104 da CNBB: “Comunidade de comunidades: uma nova
paróquia”. A reflexão foi fruto de um momento especial vivido por toda a Igreja, um
momento muito rico, de renovação e reflexão sobre a conversão pastoral da Igreja,
e da paróquia em particular. O importante é que o trabalho dos bispos recolheu as
contribuições das comunidades, paróquias e dioceses de todo país. Foi um processo
muito fecundo e que segundo os bispos marcou profundamente a vida da Igreja no Brasil.
No final da Assembleia foi aprovado um documento final.
Nestes dias também
a conjunta social e eclesial do Brasil e do mundo esteve presente nas discussões do
episcopado brasileiro. Diante dos olhos dos pastores o momento que se vive na Igreja
e na sociedade.
E com essa percepção o pensamento, no dia 1º de maio aos trabalhadores
e trabalhadoras, no Dia do Trabalho. O episcopado brasileiro reconheceu os avanços
conquistados pela classe trabalhadora, mas também destacou os desafios que ainda persistem
neste campo, manifestando apoio às suas lutas e reivindicações.
Nesta linha
os bispos discutiram o tema da Questão Agrária, dedicando-se ao estudo desta situação
no país com base no Documento “Igreja e Questão Agrária brasileira no início do século
XXI”. Uma leitura da realidade agrária brasileira nas condições históricas atuais.
Na conclusão dos trabalhos a aprovação de um importante documento sobre o homem do
campo e a necessidade de preservar a sua dignidade e sua contribuição à sociedade.
Outro
assunto que ganhou destaque nas discussões do episcopado foi a Copa do Mundo 2014.
A CNBB em parceria com entidades e organismos da sociedade civil, executará ações
pastorais durante o maior evento esportivo do mundo, realizado no Brasil no mês de
junho. Um dos projetos é intitulado “Copa do Mundo, dignidade e paz”. Uma das metas
da Campanha é acompanhar torcedores e jogadores durante toda a copa, com ações de
evangelização, conscientização sobre o turismo sexual, tráfico de pessoas e valorização
da dignidade humana. O episcopado brasileiro também retomou as discussões do tema
prioritário, “Os cristãos leigos e leigas”, que analisa a atuação dos cristãos na
Igreja e no mundo, diante dos desafios e mudanças na vida em sociedade. O tema volta
na Assembleia Geral do próximo ano.
Ainda durante os trabalhos da Assembleia
Geral foi aprovada, por unanimidade, a realização do Ano da Paz. O ano da paz terá
início no primeiro domingo do Advento (30 de novembro de 2014) e vai até o Natal de
2015.
A Amazônia também esteve presente nas reflexões dos bispos; uma região
do Brasil onde ainda estão presentes, destruição, exclusão e morte, degradação do
meio ambiente e o tráfico humano. Como nos recordou o Papa Francisco, a Amazônia é
um banco de provas para a Igreja e a humanidade. Teremos no final do ano a Missão
dos jovens, nesta região como fruto da JMJ no Rio.
Teríamos ainda muitos outros
temas a relatar discutidos em Aparecida, mas o que nos chamou mais a atenção nestes
dias aqui no santuário Nacional foi a colegialidade do episcopado brasileiro, da oportunidade
de encontro de pastores que se reúnem uma vez ao ano, e que ano a após ano com essas
Assembleias demonstram a vitalidade e o frescor da Igreja presente em todo o país.
Os desafios são muitos, as insídias são muitas, mas nossos pastores “carregam consigo
o cheiro da terra onde vivem e cheiro de suas ovelhas”. (De Aparecida para a Rádio
Vaticano, Silvonei José)