Uma Igreja missionária, "em saída" e que exerce a caridade: Papa às Obras Missionárias
Pontifícias e aos Bispos da Etiópia e Eritreia
Aos duzentos
participantes no Encontro anual dos representantes das Obras Missionárias Pontifícias
com os colaboradores da Congregação para a Evangelização dos Povos, o Papa Francisco
recordou o convite a uma nova época evangelizadora por ele mesmo lançado na Exortação
Apostólica “Evangelii gaudium”, observando que também nos nossos tempos é a missão
“ad gentes” a força que arrasta consigo este dinamismo fundamental da Igreja.
“Neste
tempo de grandes transformações sociais, evangelizar requer uma Igreja missionária
toda ela em saída, capaz de operar um discernimento para se confrontar com
as diversas culturas e visões do homem. Para um mundo em transformação, há necessidade
de uma Igreja renovada e transformada pela contemplação e pelo contacto pessoal com
Cristo, pela potência do Espírito. É o Espírito de Cristo a fonte da renovação que
nos faz encontrar novos caminhos, novos métodos criativos, várias formas de expressão
para a evangelização do mundo actual”.
O Santo Padre recordou ainda que faz
parte da Igreja, como sua “prerrogativa fundamental”, “o serviço da caridade a todos”.
“A fraternidade e a solidariedade universais – insistiu – são conaturais à sua vida
e à sua missão no mundo e para o mundo”.
No discurso entregue aos Bispos
da Etiópia e Eritreia o Santo Padre recordou com apreço a dedicação e generosidade
dos missionários e religiosos e religiosas que consagram a vida ao serviço dos outros
nestes países. O Papa Francisco recordou também que, segundo o Concílio Vaticano
II, a atividade de evangelização não está reservada ao clero e aos religiosos, mas
é competência de todos os cristãos, leigos incluídos. Finalmente, uma referência
aos muitos anos de conflito e de tensões contínuas, na Etiópia e na Eritreia. Tudo
isso, juntamente com a difusa pobreza e condições muito duras, provocam grandíssimos
sofrimentos às populações. Neste contexto, o Santo Padre agradeceu os bispos etíopes
e eritreus pelos “generosos programas sociais que, inspirados pelo Evangelho, em colaboração
com diferentes agências governamentais, caritativas e religiosas, aliviam tantos sofrimentos”.