2014-05-07 16:15:29

Simpósio no Vaticano. Dom Sorondo: "sensibilizar a opinião pública sobre as mudanças climáticas"


Cidade do Vaticano (RV) – Sensibilizar a política e a opinião pública sobre o desenvolvimento sustentável. É a exortação resultante do Simpósio organizado no Vaticano pela Pontifícia Academia das Ciências. Cientistas provenientes de prestigiosas universidades internacionais analisaram os riscos crescentes do aquecimento terrestre. O Chanceler da Pontifícia Academia das Ciências, Arcebispo Dom Marcelo Sánchez Sorondo, que concluiu o encontro, conversou com a Rádio Vaticano:

Dom Sorondo: “Existe uma mudança climática que depende da atividade humana. Isto é algo que muitos não querem aceitar. A Academia das Ciências estudou estes problemas, com uma equipe muito boa, composta por três Prêmios Nobel: Crutzen, Molina e Ramanathan. A esta sua posição aderiram paulatinamente os físicos, os biólogos e por fim os economistas. Assim já se pode dizer que seja uma opinião partilhada. O problema mais sério é que as conseqüências desta mudança climática, que é o aquecimento global, são sofridas por três bilhões de pessoas, praticamente a metade da humanidade, que não tem o petróleo e que não usufrui nem menos das vantagens que dá o petróleo”.

RV: Pela exploração da natureza por poucas pessoas, por fim, outras acabam pagando o preço...

Dom Sorondo: “Paga a maioria. Estes poucos ricos conseguem se defender, mas não os mais pobres”.

RV: Como sensibilizar a humanidade para a salvaguarda da Criação?

Dom Sorondo: “A primeira coisa é a humanidade se conscientizar do problema. O grande esforço, portanto, - e para isto serve o Encontro – é que a opinião pública entenda a existência do problema. Naturalmente a opinião pública tem tantos problemas – o problema econômico, ou a falta de trabalho e assim por diante – e não vê os problemas de fundo, mas os mais imediatos. Mas as pessoas, porém, também graças à mídia, devem entender que este realmente é um problema fundamental, visto que está em jogo o futuro da nossa solidariedade para com as gerações futuras. E as pessoas começam a perceber isto, sendo as primeiras, naturalmente, a sofrer as conseqüências destas mudanças climáticas”.

RV: Fala-se de uma possível Encíclica sobre o tema da salvaguarda da Criação...

Dom Sorondo: “Bem, eu ouvi o diálogo que teve o Papa com os dois organizadores. Um lhe disse que o problema era sério – muito simplesmente – e que os mais pobres do mundo sofriam as conseqüências. O outro lhe disse que hoje não se podia ter uma solução para isto sem uma união do humanismo com as ciências da natureza. O Papa, naturalmente, tinha consciência de tudo isto e lhes disse que havia rezado, estando, portanto, consciente do problema. Mas, de fato, não existe nada de oficial. Talvez a fará, sendo a Criação um tema fundamental”. (JE)















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