Missão Continental: "A paróquia, comunidade de comunidades", segundo o Documento de
Aparecida
Cidade do
Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, Missão Continental é o nome dado à experiência
que a Igreja em nosso subcontinente tem vivido desde 2007, com a V Conferência Geral
do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, cujo projeto de animação missionária propõe-se
a colocar toda a Igreja no "Continente da Esperança" em estado permanente de missão.
A
preciosa reflexão, discussão e debate dos nossos bispos na referida ocasião representeou
um ulterior enriquecimento para a nossa Igreja frente aos desafios a que é chamada
a responder.
Os resultados desta Conferência encontram-se particularmente reunidos
no chamado "Documento de Aparecida", valiosíssimo instrumento para a ação evangelizadora
da Igreja nesta nossa porção do Povo de Deus.
Um dos pontos fortes de Aparecida
diz respeito à Paróquia como rede de comunidades. A partir daí, tem-se procurado cada
vez mais aprofundar essa realidade eclesial. Já a 51ª Assembleia Geral da CNBB, realizada
em Aparecida de 10 a 19 de abril do ano passado, teve como tema "Comunidade de comunidades
– uma nova Paróquia".
O tema volta também desta vez ao centro da reflexão e
debate dos nossos bispos, reunidos agora em sua 52ª Assembléia Geral até esta sexta-feira,
9 de maio, sempre em Aparecida, SP.
A esse propósito, nesta edição vamos nos
ater ao que nos diz o Documento de Aparecida nos números 170, 171 e 172 sobre as Paróquias:
170.
Entre as comunidades eclesiais nas quais vivem e se formam os discípulos e missionários
de Jesus Cristo as Paróquias sobressaem. Elas são células vivas da Igreja e o lugar
privilegiado no qual a maioria dos fiéis tem uma experiência concreta de Cristo e
a comunhão eclesial. São chamadas a ser casas e escolas de comunhão. Um dos maiores
desejos que se tem expressado nas Igrejas da América Latina e do Caribe motivando
a preparação da V Conferência Geral, é o de uma corajosa ação renovadora das Paróquias,
a fim de que sejam de verdade “espaços da iniciação cristã, da educação e celebração
da fé, abertas à diversidade de carismas, serviços e ministérios, organizadas de modo
comunitário e responsável, integradoras de movimentos de apostolado já existentes,
atentas à diversidade cultural de seus habitantes, abertas aos projetos pastorais
e supra-paroquiais e às realidades circundantes”.
171. Todos os membros da
comunidade paroquial são responsáveis pela evangelização dos homens e mulheres em
cada ambiente. O Espírito Santo que atua em Jesus Cristo é também enviado a todos
enquanto membros da comunidade, porque sua ação não se limita ao âmbito individual.
A tarefa missionária se abre sempre às comunidades, assim como ocorreu no Pentecostes
(cf. At 2,1-13).
172. A renovação das paróquias no início do terceiro milênio
exige a reformulação de suas estruturas, para que seja uma rede de comunidades e grupos,
capazes de se articular conseguindo que seus membros se sintam realmente discípulos
e missionários de Jesus Cristo em comunhão. A partir da paróquia é necessário anunciar
o que Jesus Cristo “fez e ensinou” (At 1,1) enquanto esteve entre nós. Sua pessoa
e sua obra são a boa nova da salvação anunciada pelos ministros e testemunhas da Palavra
que o Espírito desperta e inspira. A palavra acolhida é salvífica e reveladora do
mistério de Deus e de sua vontade. Toda paróquia é chamada a ser o espaço onde se
receba e acolha a Palavra, celebra-se e se expresse na adoração do Corpo de Cristo
e, assim, é a fonte dinâmica do discipulado missionário. Sua própria renovação exige
que se deixe iluminar de novo e sempre pela Palavra viva e eficaz.
E desejando
bom trabalho aos nossos bispos reunidos em Aparecida, por hoje vamos ficando por aqui.
Semana que vem tem mais, se Deus quiser! (RL)