Aparecida: Copa do Mundo e Campanha Mundial contra a Fome na pauta dos bispos
Aparecida
(RV) – A celebração eucarística da manhã desta terça-feira, no Santuário Nacional,
no âmbito da 52ª Assembleia Geral da CNBB, teve como intenção especial o trabalho
da Igreja na Amazônia. O arcebispo de Manaus (AM), Dom Sérgio Eduardo Castriani, presidiu
a celebração, que foi concelebrada pelos bispos das dioceses que estão na área da
chamada Amazônia Legal. Na sequência das atividades, mais um encontro reservado no
auditório Padre Noé Sotillo, no subsolo da Basílica. Na homilia da Santa Missa desta
manhã Dom Sérgio, retomou o relato do martírio de Santo Estevão, que está na primeira
leitura da liturgia de hoje, afirmando que este foi o primeiro de uma longa lista
de mártires cristãos. “É uma realidade sempre atual, assim como a missionariedade
e a caridade fazem parte.
O arcebispo recordou a promessa de Cristo, que dá
o Pão da vida. Dom Sérgio também recordou a memória dos missionários e missionárias
que, movidos unicamente pela fé, doaram a sua vida pela missão da Igreja na Amazônia.
“Anunciaram o Evangelho. Os missionários também levaram educação, saúde, organização
política, cidadania”, lembrou. O arcebispo recordou que esta ação só foi possível
porque estes homens e mulheres se deixaram conduzir pelo Espírito Santo, especialmente
“numa região em que o sopro do Espírito pode ser sentido quase que fisicamente, na
exuberância da Criação”.
Durante a reflexão, o arcebispo de Manaus explicou
que a resistência à ação do Espírito leva à destruição, exclusão e morte, tão presentes
na região Amazônica na degradação do meio ambiente e no tráfico humano. “Por isso,
somos chamados a viver segundo o Espírito e deixar-nos conduzir por ele. Como nos
recordou o papa Francisco, a Amazônia é um banco de provas para a Igreja e a humanidade.
E devemos nos orgulhar de nossos mártires, de nossas comunidades, de nossos agentes
de pastoral, que ao longo dos rios, igarapés, nas grandes cidades amazônicas, dão
testemunho de Jesus”, ressaltou. Nós conversamos com Dom Sérgio sobre os desafios
da Igreja na Amazônia....
O sétimo dia da Assembleia Geral, continuou no Centro
de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida. Em plenário, o bispos acompanharam a exposição
dos trabalhos realizados pela Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da
CNBB, presidida pelo Arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha. Foi ainda apresentada
aos bispos uma Coletânea sobre a Renovação Paroquial produzida pela comissão e que
aborda, a partir do magistério da Igreja, a reflexão sobre a paróquia e sua dimensão
evangelizadora.
Outro assunto que ganha destaque nas discussões do episcopado
é a Copa do Mundo 2014. A CNBB em parceria com entidades e organismos da sociedade
civil, executará ações pastorais durante o maior evento esportivo do mundo, realizado
no Brasil no mês de junho. Um dos projetos, intitulado “Copa do Mundo, dignidade e
paz”, é promovido pela Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e
da Paz e pela Pastoral do Turismo.
Uma das metas da Campanha é acompanhar
torcedores e jogadores durante toda a copa, com ações de evangelização, conscientização
sobre o turismo sexual, tráfico de pessoas e valorização da dignidade humana. Em mensagem
da CNBB sobre a Copa do Mundo, a Conferência dos Bispos do Brasil alerta para a necessidade
da prevenção da violência dos estádios e cidades sedes do evento. “Seu êxito estará
na garantia de segurança para todos sem o uso da violência, no respeito ao direito
às pacíficas manifestações de rua, na criação de mecanismos que impeçam o trabalho
escravo, o tráfico humano e a exploração sexual [...]”.
No período da tarde,
os bispos discutem a Campanha Mundial contra a Fome, a Pobreza e as Desigualdades,
lançada pela CNBB e Cáritas Brasileiras, em dezembro de 2013. Tem como tema "Uma família
humana, pão e justiça para todas as pessoas". A iniciativa trata-se de uma mobilização
mundial da Caritas Internacional em favor da vida, dos direitos humanos e da justiça
social. O objetivo da campanha, que vai até 2015, é sensibilizar e mobilizar a sociedade
sobre a realidade da fome, da miséria e das desigualdades no mundo e no Brasil.