Embaixador Mvunda: um exemplo e um estímulo para a diplomacia angolana e africana
de hoje - Ministra da Cultura, Rosa Maria da Cruz
Talvez
poucos saibam que Mbanza Kongo, hoje território de Angola foi, no passado, sede
do Reino do Kongo que abrangia não só a Angola de hoje, mas também reinos subsidiários
nas actuais República Democrática do Congo e Republica do Congo.
Depois da
chegada dos portugueses, o Reino do Kongo converteu-se ao cristianismo e foi nesse
contexto que o príncipe António Manuel Nvunda foi mandado a Roma como Embaixador para
estabelecer relações com a Santa Sé.
Ele chegou a Roma nos inícios de 1600,
depois duma viagem muito longa e extremamente difícil que o levou a adoecer seriamente
e a morrer pouco tempo depois.. Mas fora muito bem recebido pelo Papa Paulo V, que
mandou depois tumulá-lo na importante Basílica papal de Santa Maria Maior, no centro
de Roma.
Dada a sua importância na história das relações entre Igreja e Estado
em Angola, nesta sua vinda ao Vaticano, onde foi recebido no dia 2 de Maio pelo Papa
Francisco, o Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, não deixou
de se deslocar a essa Basílica para prestar homenagem ao Embaixador Mvunda.
Da
delegação do Presidente, fez parte, para além do Ministro das Relações Exteriores,
Jorge Chicoti, também a Ministra da Cultura, Rosa Maria da Cruz e Silva. Em entrevista
ao colega Moisés Malumbu, ela deteve-se sobre a figura daquele que foi o primeiro
Embaixador “dum soberano negro-africano da África ao Sul do Sahará, junto da Santa
Sé” (blog angolano).
Lembrou também a histórica audiência concedida pelo Papa
Paulo VI aos líderes da independência de Angola, Cabo-Verde/Guiné Bissau e Moçambique,
e falou ainda da atenção que, como Ministra da Cultura, vem dando também à questão
feminina no país.
Oiça tudo aqui na rubrica sobre as mulheres.
Na sua visita
a Angola em 1992, o Papa João Paulo II visitara Mbanza Kongo, berço da evangelização
de Angola e, segundo a imprensa angolana, a cidade vai ser proclamada Património
da Humanidade pela UNESCO, em 2015.
Foto: Estatueta "O Pensador", tipicamente
angolano, oferta do Presidente José Eduardo dos Santos ao Papa Francisco.