Anúncio, formação e reconciliação: Papa aos bispos do Burundi
Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã de segunda-feira, 05, o Papa Francisco recebeu
um grupo de dez bispos do Burundi que se encontram em Roma realizando a peregrinação
quinquenal conhecida como visita ad Limina Apostolorum.
Depois de agradecê-los
pela visita, o Papa quis recordar a memória de Dom Michael A. Courtney, o Núncio Apostólico
irlandês que foi assassinado em 2003, aos 58 anos, por um franco-atirador que disparou
contra seu carro a poucos km da capital, Bujumbura. “Foi fiel até doar sua própria
vida pela missão que lhe foi confiada no Burundi”, disse Francisco.
Em
seguida, o Papa ressaltou a importância do espírito de comunhão com a Santa Sé e de
colaboração nas relações entre a Igreja e Estado, e neste sentido, lembrou o Acordo-quadro
assinado em novembro de 2012, que entrou em vigor em fevereiro de 2013.
Encorajando
o episcopado a manter o diálogo social e político sempre aberto, Francisco disse que
as Autoridades precisam de seu testemunho de fé e coragem no anúncio dos valores cristãos,
para que conheçam a doutrina social da Igreja e se inspirem nela para conduzir os
assuntos públicos.
Burundi conheceu, em um passado próximo, conflitos terríveis;
o povo ainda está dividido e muitas feridas permanecem abertas. “Somente uma autêntica
conversão pode conduzir os homens ao amor fraterno e ao perdão; para que a vida social
seja um espaço de fraternidade e justiça, paz e dignidade para todos”.
Viver
a conversão com autenticidade e formar bem os seminaristas em quatro aspectos: intelectual,
espiritual, humano e pastoral, são outras prioridades apontadas pelo Papa.
“Os
jovens – escreveu Francisco aos bispos burundineses – devem ter como formadores padres
que sejam exemplos de fé e de perfeição sacerdotal; que lhes sejam próximos e compartilhem
suas vidas. Hoje em dia, as vocações são frágeis, e este é o único modo para exercer
um justo discernimento e evitar erros”.
O Papa relevou ainda a atividade
das pessoas consagradas nos campos da educação e da assistência social; e dos leigos,
com os seus múltiplos movimentos e associações. Enfim, destacou o papel da juventude
– “uma das chaves do futuro num país onde a população se renova rapidamente”.
Concluindo, recomendou “que se dê às novas gerações uma autêntica visão da existência,
da sociedade e da família”. (CM)