“As religiões no mundo global”, tema do festival das religiões em Florença.
Florença (RV) - O Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação pelas Igrejas
Orientais, na mesa redonda, falou sobre o tema: “As religiões no mundo global” no
Festival das religiões, em Florença, neste sábado, dia 3 de maio.
Eu quis levar
a sério o título deste festival das religiões “Encontrando-nos naquilo que nos divide”:
é correto e respeitoso dizer, que não estamos aqui para ouvir de três vozes diferentes
que “no fundo é tudo igual”, e que as diferenças são frutos de diversas evoluções
históricas, problemas de linguagem ou expressões humanas.
Como cristão, sei
bem que a minha afirmação batismal “Creio que Deus é Uno e Trino, e que Jesus Cristo
é filho de Deus, que foi Crucificado, Morto e Ressuscitado” há algo incompatível com
as afirmações do Alcorão que negam a divindade de Jesus e afirmam que Ele não foi
morto na cruz. E também sei que a Encarnação de Jesus e a Paixão de Jesus, ainda hoje
como nos tempos de Paulo aos Coríntios, continuam sendo uma “loucura”: “nós ao invés
anunciamos Cristo crucificado: escândalo para os judeus e loucura para os pagãos”.
“Juntos devemos mostrar, com respeito recíproco e solidariedade, que somos
membros de uma única família: a família de Deus que amou e reuniu desde a criação
do mundo até o fim da história humana”, Bento XVI, em audiência aos participantes
do Fórum Católico – Mulçumano, em 2008.
O festival que Florença está vivendo
neste dia é uma primeira resposta ao nosso Painel “As religiões no mundo global”:
uma presença no tecido da sociedade, que sabe ser fermento: é este o desejo dos cristãos
do Oriente e do Ocidente.
Viver um “festival das religiões” significa admitir
o papel público das religiões e juntos perguntar qual o contributo específico da construção
do bem comum.
Na sociedade global do tudo e do imediato, os cristãos sabem
de suas inquietações e dos desejos de seus corações. Conseguem forças nos Sacramentos,
na palavra, e sabem que o caminho para expandir os desejos é a caridade, porque nos
leva para fora de nós mesmos para encontrar e servir o outro, como Cristo fez.
Finalizou
Dom Leonardo Sandri, “permitam-me um pensamento da inquietação dos povos e dos fiéis
que a Congregação pelas Igrejas Orientais segue em nome do Santo Padre: são inquietos
sim, mas desejam uma pátria e a consideramos em paz e finalmente capaz de viver como
família reconciliada. Junto a elas esperamos que possa tornar-se realidade já nesta
vida terrena. Na Síria, Egito, Iraque, Líbano, Eritréia e na Ucrânia.