Papa recebeu Chefe de Estado de Angola, o Conselho para a Economia e duas equipas
de futebol
Intensa a
atividade do Santo Padre, nesta sexta-feira de manhã. Às 10.30, audiência ao Presidente
da República de Angola, José Eduardo dos Santos, com a esposa e o séquito. O Papa
Francisco encontrou depois, em audiências sucessivas: - uma Delegação do Centro Islâmico
da Argentina; - os membros do Conselho para a Economia; - uns 200 membros da chamada
“Fundação Papal”; e, finalmente, - uma centena de pessoas ligadas ao futebol italiano:
duas equipas da I Divisão – Fiorentina e Napoli; e uma Delegação da Federação Italiana
de Futebol (Federcalcio) e da I Divisão do Campeonato. Antes ainda, ao princípio da
manhã, o Papa tinha recebido o Núncio Apostólico no Líbano, o arcebispo D. Gabriele
Caccia.
Relativamente à audiência ao Presidente José Eduardo dos Santos,
o comunicado oficial entretanto divulgado refere que o mesmo se encontrou, sucessivamente
com o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado, acompanhado por Dom Domenique
Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados.
“Durante os cordiais
colóquios foram evocadas as boas relações existentes entre a Santa Sé e a República
de Angola. Falou-se, de modo particular, do projecto de Acordo bilateral relativo
ao estatuto jurídico da Igreja Católica no País. Nesse contexto, não se deixou de
fazer referência ao importante contributo que a Igreja católica oferece ao país com
as suas instituições de carácter educativo e sanitário.
Por fim, foram passados
em resenha alguns desafios que dizem respeito ao País e à Região, tais como a luta
contra a pobreza e contra as desigualdades sociais, o desenvolvimento integral da
pessoa, a reconciliação, a justiça e a paz, com particular atenção às diversas situações
de conflito que envolvem o Continente.”
Aos membros do Conselho para a
Economia, o Santo Padre agradeceu o trabalho que estão desenvolvendo, recordando a
missão para que este foi criado, em fevereiro passado: na consciência que a Igreja
tem da sua responsabilidade de tutelar e gerir cuidadosamente os próprios bens, à
luz da missão de evangelização, com particular atenção pelos necessitados. Tudo isto
– sublinhou – com transparência e eficiência.
“A Santa Sé sente-se chamada
a concretizar esta missão, tendo em conta especialmente a sua responsabilidade para
com a Igreja universal. Estas mudanças hão-de reflectir o desejo da alcançar a necessária
reforma da Cúria Romana, para melhor servir a Igreja e a missão de Pedro. É um desafio
notável, que exige fidelidade e prudência.”
O Papa reconheceu que este
percurso não será simples, e exige coragem e determinação, assim como uma nova mentalidade
de serviço evangélico, nas várias administrações da Santa Sé. O Conselho de Economia
desempenha um papel significativo neste processo de reforma.
No encontro
com os futebolistas italianos de Florença e de Nápoles e os dirigentes desportivos
nacionais, o Papa agradeceu a visita, interpretando-a como expressão de “responsabilidade
social”. Evocando as “belas recordações” da sua infância, quando ia com a família
ver a partida dominical, Papa Francisco fez votos de que o futebol e todos os desportos
mais populares recuperem a dimensão de festa”.
Hoje em dia – advertiu – também
o futebol se situa num grande giro de negócios, pela publicidade, as televisões… Ora
– considerou – o fator económico não deve prevalecer sobre o aspeto desportivo, porque
corre o risco de inquinar tudo…
“Há, portanto, que reagir positivamente,
restituindo dignidade desportiva às partidas. E nisto vós, futebolistas, tendes uma
grande responsabilidade, pois estais no centro das atenções, e muitos dos vossos admiradores
são jovens, mesmo muito jovens. Tomai isto em consideração, pensai que o vosso modo
de vos comportar tem uma ressonância, para o bem e para o mal. Sede sempre autênticos
desportistas!”
Aos membros da “Fundação Papal”, vindos a Roma na sua peregrinação
anual, o Santo Padre evocou os objectivos desta instituição: promover a missão da
Igreja, apoiando as variadas obras de caridade especialmente caras ao Sucessor de
Pedro. O Papa agradeceu a assistência que a Fundação tem dado à Igreja nos países
em vias de desenvolvimento, através de doações a projectos educativos, caritativos
e apostólicos, e também com bolsas de estudos postas à disposição de leigos, padres
e religiosos, para estudos em Roma.
“Deste modo, contribuis para assegurar
a formação de uma nova geração de guias da comunidade, forjados – na mente e no coração
– pela verdade dos Evangelho, pela sapiência da doutrina social católica e pelo profundo
sentido de comunhão com a Igreja universal no seu serviço a toda a família humana”.