Nota da CNBB sobre a viagem do índio Tupinambá ao Vaticano
Brasília (RV) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou
hoje, 24, nota sobre a viagem do índio Tupinambá ao Vaticano.
O texto, assinado
pelo Bispo auxiliar de Brasília, Dom Leonardo Steiner, Secretário-Geral da CNBB, explica
que o cacique Babau Tupinambá viajaria ao Vaticano junto com o Arcebispo de Aparecida
(SP), Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Presidente da CNBB, para participar da missa
de ação de graças pela canonização do Pe. José de Anchieta que esteve presente entre
o povo Tupinambá. "A representação do povo Tupinambá teria um significado especial
na celebração em Roma", afirmou dom Leonardo.
Leia, na íntegra, a nota:
A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB lamenta a impossibilidade da viagem
ao Vaticano do índio Rosivaldo Ferreira da Silva, conhecido como cacique Babau Tupinambá.
Babau
foi convidado pela CNBB para participar da missa de ação de graças pela canonização
do Padre José de Anchieta, celebrada hoje, 24 de abril, na Igreja de Santo Inácio
de Loyola, em Roma. A missa foi presidida pelo Papa Francisco.
O índio viajaria
à Itália junto com o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, Cardeal Raymundo
Damasceno Assis, no último dia 23. São José de Anchieta esteve entre o povo Tupinambá.
O cacique Babau pretendia apresentar ao Santo Padre documentos sobre as violações
dos direitos indígenas no Brasil, sobretudo com relação ao povo Tupinambá.
Com
o passaporte suspenso, Babau foi impedido de viajar devido a um mandado de prisão
temporária, expedido, no dia 20 de fevereiro, pelo juiz substituto da Vara Criminal
de Una, na Bahia. O mandado não foi executado, tendo o cacique Babau moradia fixa.
Hoje,
24, cacique Babau participou da audiência unificada das comissões de Direitos Humanos
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em Brasília, e, em seguida, apresentou-se
à Polícia Federal, em Brasília.
Esperamos que as acusações sejam investigadas
de modo justo, sem mais prejuízos ao povo Tupinambá, que sofre com a questão da regularização
das terras no sul do Bahia.
A representação do povo Tupinambá teria um significado
especial na celebração em Roma.
Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar
de Brasília Secretário-Geral da CNBB