2014-04-25 14:24:36

A África sempre esteve no coração de João XXIII e João Paulo II, afirma Dom Adoukonou


Cidade do Vaticano (RV) - João XXIII e João Paulo II tinham a África no seu coração. Foi o que afirmou o Secretário do Pontifício Conselho da Cultura, Dom Barthélémy Adoukonou, falando à Rádio Vaticano durante o encontro internacional "A Igreja na África, do Concílio Vaticano II ao Terceiro Milênio", em andamento na Pontifícia Universidade Urbaniana, nestes 24 e 25 de abril:

Dom Barthélémy Adoukonou: "João XXIII, convocando o Concílio, no seu primeiro discurso disse claramente que uma coisa é o conteúdo, outra, são as formas através das quais o contéudo é transmitido. Portanto, abriu o espaço para a interculturalidade real. A Igreja, nascida intercultural, encontra-se hoje realmente, desenvolvendo a sua vocação. Papa João XXIII foi o Papa da paz, o Papa do educar e aquele que reconheceu a dignidade do homem africano, a dignidade da cultura africana por primeiro".

RV: João Paulo II teve uma atenção especial pela África, realizando 16 viagens ao continente, entre 1980 e 2000. Em particular, em 1992, ao visitar a Ilha senegalesa de Gorée - de onde partiam navios carregados de escravos -, pronunciou palavras emblemáticas.....

Dom Barthélémy Adoukonou: "João Paulo II foi o Papa que nos chamou para estarmos atentos para viver nossa história. Portanto, foi à Gorée para pedir perdão a Deus por esta destruição do ser humano. Assim fazendo, abriu verdadeiramente, para nós, a perspectiva - digamos - da tomada de consciência. Nos ensinou também a fazer a teologia partindo da vida, partindo da história. Insistiu sobre a necessidade de tomarmos nas nossas mãos o nosso destino".

RV: Falando de cultura e inculturação, aspectos que ambos os Papa sublinharam a importância, é essencial referir-se ao Concílio Vaticano II. Qual foi, no geral, a sua importância para a África?

Dom Barthélémy Adoukonou: "A contribuição do Concílio para o desenvolvimento da África vem do fato de que as nossas independências africanas foram concedidas ou conquistadas, justamente no tempo em que o Concílio se realizava. A Igreja soube acompanhar o nascimento das novas nações africanas, e os bispos que foram nomeados estavam comprometidos de tal forma no surgimento destas nações, que verdadeiramente a Igreja levou a máxima contribuição ao nosso 'ser também nação'. A África, fazendo o seu esforço de inculturação, começou também a dar de modo visível à Igreja tanta riqueza e tantos valores culturais africanos, mas também o compromisso para ser no mundo moderno um parceiro de qualidade no diálogo entre as culturas, no diálogo para a justiça e a paz. A Igreja africana, neste momento, está dando também uma resposta de fé: vocês levaram a fé até nós e nós trazemos, também hoje, Cristo à vocês". (JE)








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