2014-04-23 14:02:25

João XXIII: O Papa da paz e da bondade


Cidade do Vaticano (RV) - O Centro Televisivo Vaticano (CTV) evocou o futuro Santo João XXIII como o "Papa do amor, da unidade e da paz".

"O Papa Roncalli permanece no coração de muitos como um pontífice capaz de dirigir-se a todos com simplicidade, respeito, espontaneidade, o Sucessor de Pedro que deu início à revolução conciliar", refere o CTV num trabalho a respeito da canonização do próximo domingo, 27 de abril.

Angelo Giuseppe Roncalli nasceu em 1881 na localidade de Sotto il Monte, Bérgamo, onde foi pároco, professor no Seminário, secretário do bispo e capelão do exército durante a I Guerra Mundial.

João XXIII iniciou a sua carreira diplomática como visitador apostólico na Bulgária, de 1925 a 1935; foi depois delegado apostólico na Grécia e Turquia, de 1935 a 1944, e Núncio Apostólico na França, de 1944 a 1953.

Em 1953, Angelo Roncalli foi nomeado Patriarca de Veneza e no dia 28 de outubro de 1958 foi eleito Papa, sucedendo a Pio XII.

"Manso e atento, empreendedor e corajoso, simples e cordial, praticou de forma cristã as obras de misericórdia corporais e espirituais, visitando os encarcerados e os doentes, recebendo homens de todas as nações e crenças e cultivando um extraordinário sentimento de paternidade para com todos. O seu magistério foi muito apreciado, sobretudo com as Encíclicas 'Pacem in terris' e 'Mater et magistra'", recorda a biografia oficial do Vaticano.

João XXIII convocou o Sínodo romano, instituiu uma comissão para a revisão do Código de Direito Canônico e convocou o Concílio Vaticano II (1962-1965).

O Papa italiano faleceu na tarde do dia 3 de junho de 1963 e foi beatificado por João Paulo II em setembro do ano 2000. Será canonizado pelo Papa Francisco que decidiu dispensar um segundo milagre atribuído à intercessão de João XXIII.

O Pe. Ezio Bolis, diretor da Fundação João XXIII, disse ao CTV que o futuro santo tinha "uma espiritualidade ferial, corrente e familiar", que nasceu da sua "experiência rural, de uma família muito unida".

"Podemos dizer que o êxito do Papa João durante os anos do pontificado se deveu precisamente a esta capacidade de relacionar-se com as pessoas, mesmo as mais simples, de se fazer ouvir de forma imediata, sem impor sujeições", explicou.

O Cardeal Loris Francesco Capovilla, que foi secretário particular de João XXIII, recorda por sua vez o momento da morte do Papa italiano, quando se juntavam várias pessoas para acompanhar os seus últimos momentos.

"Um dia disse-lhe: Santo Padre, perto de sua cama estamos três, quatro, cinco, seis pessoas, mas se visse a Praça [São Pedro]… Eu pensava que ele não iria ligar, dado que não estava habituado a estar na ribalta, mas nessa ocasião olhou para mim e disse-me: 'Bem, é natural que seja assim, é o Papa que morre. Eu amo-os, eles amam-me'", relata.

Pe. Ezio Bolis sublinhou a capacidade de "diálogo com todos, mesmo com quem pensa de outra maneira" e a "sensibilidade ecumênica" do futuro santo, desenvolvida ao longo da sua vida diplomática.

"Outro elemento de sua espiritualidade é a paz, que fazia parte do seu lema, 'Obedientia et pax' (obediência e paz), uma paz que não significa simplesmente um viver tranquilo, mas que é a busca da vontade de Deus', concluiu o sacerdote. (MJ/Agência Ecclesia)







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