Papa Francisco - Semana Santa e Páscoa: os principais momentos
Dia 14, Segunda-Feira
Santa “Ai dos maus pastores que apascentam a si mesmos e não ao rebanho!” – esta
forte admoestação dos profetas foi recordada pelo Papa Francisco, ao receber, na segunda-feira
dia 14 os estudantes e superiores do Seminário inter-regional de Anagni, que serve
a região do Lazio, a sul de Roma. “Vós, caros seminaristas, não vos estais preparando
para exercer uma profissão, para vos tornardes funcionários de uma empresa ou de um
organismo burocrático. Cuidado, estai atentos a não cair nisso! “ Trata-se, isso
sim, de irem-se tornando “pastores à imagem de Jesus, Bom Pastor”, para serem como
Ele apascentando as suas ovelhas. Quem não se sentir disposto a seguir este caminho,
com esta atitude e orientação – advertiu o Papa – “tenha a coração de procurar outra
estrada”, pois há muitos modos, na Igreja, de dar testemunho cristão.
Dia
16, Quarta-Feira Santa Na audiência geral na quarta-feira da Semana Santa o Papa
Francisco exortou os cristãos a contemplarem o Mistério da Morte e Ressurreição de
Jesus:
“Esta semana vai-nos fazer bem pegar no crucifixo e beija-lo tantas
vezes e dizer obrigado Jesus, obrigado Senhor. Assim seja.”
Dia 17,
Quinta-Feira Santa No início do Tríduo Pascal no dia 17 de abril, quinta-feira
santa, o Papa Francisco celebrou a missa crismal em comunhão com todos os sacerdotes
do mundo que nessa celebração renovam as promessas feitas no dia da ordenação: “O
sacerdote é o mais pobre dos homens se Jesus não o enriquece com a sua pobreza, é
o mais inútil servo se Jesus não o chama amigo, o mais tonto dos homens se Jesus não
o ensina pacientemente como Pedro, o mais indefeso dos cristãos se o Bom Pastor não
fortifica no meio do rebanho. Ninguém é menor do que um sacerdote deixado às suas
forças.”
Durante a tarde de dia 17 de abril o Papa Francisco celebrou a
Missa da Ceia do Senhor num centro de acolhimento de idosos e pessoas com deficiência
onde fez o ato do lava-pés:
“Ele é Deus e fez-se servo, nosso servidor. E esta
é a herança: também vós deveis ser servidores uns dos outros. E Ele fez este caminho
por amor: também vós deveis amar-vos e ser servidores no amor. Esta é a herança que
nos deixa Jesus.”
Dia 18, Sexta-Feira Santa No dia 18 de abril, sexta-feira
santa, o Papa Francisco presidiu à Celebração da Paixão do Senhor na Basílica vaticana
tendo sido confiada a homilia ao P. Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia.
O padre capuchinho centrou a sua atenção na figura de Judas, traidor por dinheiro,
que cometeu o pecado de ter duvidado da misericórdia de Jesus. A traição de Judas
a Jesus continua na história. O padre Cantalamessa fez exemplos concretos:
“Trai
Cristo quem trai a própria mulher ou o próprio marido. Trai Jesus o ministro de Deus
infiel à sua condição que em vez de pastorear o seu rebanho pastoreia-se a si próprio.
Trai Jesus quem quer que traia a sua própria consciência.”
Na Via Sacra do
Coliseu de Roma, os textos foram propostos por D. Giancarlo Bregantini, arcebispo
de Campobasso em Itália. Estes textos da Via Sacra trouxeram ao caminho da Cruz reflexões
críticas sobre a sociedade atual. O Papa Francisco após as 14 estações e antes da
benção final proferiu algumas palavras em que evocou as injustiças e sofrimentos da
humanidade e declarou que: “O mal não terá a última palavra, mas sim o amor, a
misericórdia e o perdão".
Dia 19, Sábado Santo O Papa Francisco presidiu
na noite deste Sábado Santo na Basílica de S. Pedro à Vigília Pascal. Na sua homilia
exortou os cristãos a redescobrirem a sua própria experiência cristã voltando à Galileia,
lugar do primeiro chamamento: “Voltar à Galileia significa reler tudo a partir
da cruz e da vitória. Reler tudo – a pregação, os milagres, a nova comunidade, os
entusiasmos e as deserções, até a traição – reler tudo a partir do fim, que é um novo
início, a partir deste supremo ato de amor.” Também para cada um de nós há uma
«Galileia» - afirmou o Santo Padre – «Partir para a Galileia» significa redescobrirmos
o nosso Batismo como fonte viva, voltar àquele ponto incandescente onde a Graça de
Deus me tocou no início do caminho. É dali, da faísca que acendeu o fogo da fé que
se deve acender a alegria por Jesus Ressuscitado uma alegria humilde, uma alegria
que não ofende o sofrimento e o desespero, uma alegria mansa e bondosa – observou
o Papa Francisco. Voltar à Galileia é pois voltar à experiência do encontro pessoal
com Jesus Cristo. Mas tudo isto lança-nos interrogações. O Santo Padre apontou-as: “Hoje,
nesta noite, cada um de nós pode interrogar-se: Qual é a minha Galileia? Onde é a
minha Galileia? Lembro-me dela? Ou esqueci-a? Andei por caminhos e sendas que me fizeram
esquecê-la. Senhor, ajudai-me! Dizei-me qual é a minha Galileia. Como sabeis, eu quero
voltar lá para Vos encontrar e deixar-me abraçar pela vossa misericórdia. O Evangelho
da Páscoa é claro: é preciso voltar lá, para ver Jesus Ressuscitado e tornar-se testemunha
da sua ressurreição. Não é voltar para trás, não é nostalgia. É voltar ao primeiro
amor, para receber o fogo que Jesus acendeu no mundo, e levá-lo a todos até aos confins
da terra.”
Dia 20, Domingo de Páscoa Cari fratelli e sorelle, buona e santa
Pasqua! O Papa Francisco neste Domingo de Páscoa, 20 de abril, proferiu a Mensagem
Urbi et Orbi da varanda central da Basílica de S. Pedro. O Santo Padre começou por
reafirmar a mensagem do anjo às mulheres, perante o sepulcro vazio: “Ressuscitou!
Vinde e vede” e sublinhou que anunciar a Boa Nova da Ressurreição não é apenas uma
palavra mas um testemunho:
“A Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um testemunho
de amor gratuito e fiel: é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer
junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao
lado de quem está doente, é idoso ou excluído... “ “Ajudai-nos a procurar-Vos
para que todos possamos encontrar-Vos, saber que temos um Pai e não nos sentimos órfãos;
que podemos amar-Vos e adorar-Vos. Ajudai-nos a vencer a chaga da fome, agravada pelos
conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices. Tornai-nos
capazes de proteger os indefesos, sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos,
por vezes objeto de exploração e de abandono.” “Fazei que possamos cuidar dos
irmãos atingidos pela epidemia de ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, e
daqueles que são afetados por tantas outras doenças, que se difundem também pela negligência
e a pobreza extrema.” “Suplicamo-Vos, em particular, pela Síria, a amada Sìria,
para que quantos sofrem as consequências do conflito possam receber a ajuda humanitária
necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, sobretudo
contra a população inerme, mas tenham a audácia de negociar a paz, há tanto tempo
esperada.” “Jesus glorioso, pedimo-Vos que conforteis as vítimas das violências
fratricidas no Iraque e sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações
entre israelitas e palestinianos. Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates
na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas
zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul. Pedimos-Vos que os ânimos se
inclinem para a reconciliação e a concórdia fraterna na Venezuela.” “Pedimo-Vos,
Senhor, por todos os povos da terra: Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida,
dai-nos a vossa paz!” (RS)