2014-04-17 19:44:22

O Cardeal Sandri sobre a Coleta para a Terra Santa


Cidade do Vaticano (RV) - A paz é a primeira emergência para o Oriente e para o mundo. Não obstante o gravoso tributo pago pelos cristãos, também nestes últimos anos como testemunha a Síria, «a vocação daquela Terra – diz o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais – consiste em ser o fulcro do encontro e da paz, entre Deus e a humanidade, e entre nós além de qualquer diferença e contradição da história». Uma característica que o Papa Francisco realçará durante a sua próxima visita, afirma o purpurado, que explica o significado da coleta para a Terra Santa que se recolhe na Sexta-feira Santa em todas as Igrejas.

P: Qual é o significado desta habitual iniciativa?

R: “A coleta para os lugares santos é uma das mais significativas expressões da solicitude do Papa em prol da Igreja em Jerusalém e em toda a Terra Santa. É o sentido da partilha entre as Igrejas dos bens espirituais e materiais. Porém, quando se fala da Terra Santa pensa-se sobretudo num intercâmbio: trocam-se a oração recíproca e o patrimônio da memória para apoiar a missão comum”.

P: Por que precisamente na Sexta-feira Santa?

R: “Porque é o dia do silêncio de Jesus. É o dia que faz memória da totalidade do dom. O dia em que se proclama que «tudo está consumado». E se tudo está consumado, só o amor pode falar na sua plenitude. Este ano, nunca como antes me apareceram cheios de amor os instantes de silêncio que na praça de São Pedro no Domingo dos Ramos confirmaram o momento da morte na proclamação da paixão de Jesus. Naquele instante pensei no padre Frans van der Lugt, o jesuíta holandês assassinado há poucos dias em Homs na Síria; e nas inúmeras e, infelizmente esquecidas, vítimas inocentes que continuam a irrigar com o seu sangue o anúncio da paz que vem de Deus. Pensava na alegria das religiosas ortodoxas da cidade síria de Maalula há pouco tempo libertadas. Mas sentia angústia no coração pelo bispo sírio-ortodoxo Youhanna Ibrahim, que conheço pessoalmente, e pelo metropolitano greco-ortodoxo Boulos Yazigi, sequestrados quando tentavam libertar dois sacerdotes, Maher Mahfouz, greco-ortodoxo, e Michael Kayyal, de 27 anos, arménio-católico e nosso ex-estudante no Pontifício colégio arménio. Oremos sempre por eles e pelo padre Paolo Dall'Oglio, o jesuíta romano sobre o qual não temos notícias. Não queremos resignar-nos considerando-os perdidos!”

P: O que se faz concretamente pelas populações martirizadas pela guerra e pela violência?

R: “As iniciativas em favor da Síria são realmente numerosas e provêm de toda a Igreja, assim como do mundo leigo. Grupos de voluntários procuram fazer muito numa situação muitas vezes impossível de gerir e que impede até os socorros primários. A Congregação para as Igrejas orientais está em estreita colaboração com a nunciatura apostólica em Damasco para garantir, por ocasião desta Páscoa, a proximidade dos católicos do mundo inteiro”.

(Nicola Gori – L’Osservatore Romano)








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