2014-04-11 12:22:24

Papa aos venezuelanos: a violência jamais conduz à paz


Cidade do Vaticano (RV) - A violência jamais conduz à paz, peço a todos vocês a coragem do perdão e misericórdia: é quanto afirma o Papa em uma mensagem lida nesta quinta-feira, em Caracas pelo Núncio Apostólico na Venezuela, Dom Aldo Giordano, na abertura do primeiro encontro para a pacificação do país entre o governo, representado pelo Presidente Maduro, e a oposição. Dois meses de violentos protestos causaram a morte de 40 pessoas.

“A violência - afirma o Papa em sua mensagem - jamais poderá trazer paz e bem-estar a um país, pois gera sempre e somente violência. Ao contrário, através do diálogo se pode redescobrir a base comum e compartilhada que conduz a superar o momento atual de conflito e polarização, que fere tão profundamente a Venezuela, para encontrar formas de colaboração”.

O Papa agradece pelo convite feito à Santa Sé para participar do processo de diálogo e de paz para o país: “A cada um de vocês – escreve – desejo, em primeiro lugar, assegurar a minha oração, para que o encontro e o processo que estão iniciando produzam os frutos desejados de reconciliação nacional e de paz, dons que nós pedimos a Deus para todo o povo venezuelano”.

Conhecendo “a inquietude e a dor vividas por tantas pessoas”, e preocupado com o que está acontecendo, o Papa renova “o seu afeto por todos os venezuelanos, especialmente pelas vítimas das violências e por seus familiares”.

“No respeito e no reconhecimento das diferenças que existem entre as partes - prossegue o Papa Francisco - se favorecerá o bem comum. Todos vocês, de fato, compartilham o amor pelo seu país e pelo seu povo, como também pelas graves preocupações relacionadas à crise econômica, à violência e à criminalidade. Todos vocês se preocupam com o futuro de seus filhos e desejam a paz que caracteriza os venezuelanos. Todos têm em comum a fé em Deus e a vontade de defender a dignidade da pessoa humana”.

“Precisamente isso vocês tem em comum, e os motiva ao dialogo”, na base do qual deve existir uma verdadeira cultura do encontro, que seja consciente de que a unidade prevalece sempre sobre o conflito.

O Papa convida então a não se deterem na “conjuntura conflituosa”, mas a se abrirem “um ao outro para se tornarem e serem autênticos agentes de paz. No coração de cada diálogo sincero existe, antes de tudo, - afirma Francisco - o reconhecimento e o respeito pelo outro. Acima de tudo, existe o heroísmo do perdão e da misericórdia, que nos libertam do ressentimento, do ódio, e abrem um caminho verdadeiramente novo. É um caminho longo e difícil, que requer paciência e coragem, mas é o único que pode levar à paz e à justiça. Pelo bem de todo o povo e pelo futuro de seus filhos - conclui o Papa em sua carta - peço-lhes que tenham essa coragem”. (SP)







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