Roma (RV) - Aproximadamente 3,3 milhões de pessoas no Sudão estão em situação
de insegurança alimentar, mas este número deverá chegar a 4 milhões nos próximos meses:
foi o que alertou nesta quinta-feira, 10, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e Agricultura (FAO). Este aumento é resultado “da intensificação dos conflitos e deslocamentos
em Darfur, de movimentos de refugiados do Sudão do Sul, de colheitas ruins e da escalada
dos preços dos alimentos”, indicou em um comunicado o organismo da ONU com sede em
Roma.
“O Sudão vive uma crise esquecida que continua a crescer”, lamentou
Adan Abdi Jama, representante da FAO no país, citado pelo comunicado. Entre os fatores
que explicam esta situação incluem uma má colheita 2013-2014 devido a falta de chuva,
com uma queda na produção de cereais entre 65 e 70% da média dos últimos cinco anos,
explica a FAO.
Segundo a FAO, diante do aumento dos combates e da violência
entre tribos, as pessoas abandonaram suas casas e terras, além de faltar sementes
para o plantio, particularmente nas regiões de Darfur, Nilo Azul e Kordofan do Sul.
Enquanto isso, o aumento de refugiados provenientes do Sudão do Sul faz crescer pressão
sobre os recursos naturais locais e aumenta o risco de conflito. A FAO solicita 19
milhões dólares para uma série de intervenções de emergência em favor de 5,4 milhões
de pessoas.
A agência diz que recebeu apenas 7 milhões. A organização pretende
prestar assistência a 900 mil famílias vulneráveis. (SP)