Card. Filoni conclui Simpósio dedicado à América, continente rico de esperança e de
contradições
Cidade do Vaticano (RV) - O prefeito da Congregação para a Evangelização dos
Povos, Cardeal Fernando Filoni, encerrou nesta quarta feira os trabalhos do Simpósio
internacional "Ouvindo a América: encontros entre povos, culturas, religiões; caminhos
para o futuro", realizado em Roma, de 7 a 9 do corrente, na Pontifícia Universidade
Urbaniana.
"Três dias intensos para ouvir com atenção um continente plural,
rico de esperança e também de contradições. Um continente complexo, habitado por muitos
povos e culturas", ressaltou o purpurado também grão-chanceler da Urbaniana.
"Do
Norte ao Centro, ao Sul da América – ressaltou –, encontramos um cristianismo de rosto
alegre e popular, mas também partícipe, dinâmico, envolvido em situações de injustiça,
de opressão do homem, de ameaça à vida humana desde a sua concepção e de destruição
do ambiente."
Todavia, a América não é um continente "só cristão", vez que
"estão presentes as grandes religiões levadas pelos migrantes, migrantes de fé judaica
ou islâmica, e também discípulos das tradições espirituais e religiosas asiáticas;
junto a eles existem também massas de pessoas não mais crentes e distantes da experiência
religiosa".
Durante o Simpósio "deixamo-nos provocar pela realidade – prosseguiu
o Cardeal Filoni – para depois relê-la à luz da fé e da Tradição cristã e, em seguida,
buscar caminhos para o agir futuro".
Após reiterar que "a Evangelização é uma
missão que diz respeito a todos e que a situação de secularização geral abre novas
fronteiras", o prefeito do dicastério missionário recordou o mandato de Aparecia por
"uma missão continental que, porém, saiba cruzar as fronteiras do próprio continente
americano, e que, ao mesmo tempo, saiba perceber o continente americano de modo novo".
"Hoje
a missão e a inculturação se deparam com sociedades semelhantes a um caleidoscópio
sempre em movimento – evidenciou o purpurado. Devem preparar-se para uma compreensão
de si e do próprio contexto extremamente plural, dinâmico e mutável. Em tudo isso
é necessário ter uma clara hierarquia das verdades, e tentar desenhar uma não fragmentada
e confusa identidade cristã."
O Cardeal Filoni concluiu com o que definiu ser
uma "provocação":
"O que significa, para a América e não somente, o ano 2013
com a eleição a Sucessor de Pedro de um filho, o primeiro, da América? O que significa
para a Igreja na América, para a evangelização deste Continente e a partir dele, um
tal evento?"
"O que significa a eleição do Papa Francisco para os milhões de
migrantes na América, para os afro-americanos, para os índios do Continente, para
os jovens, para as mulheres, para a economia, para a cultura, para o esporte, para
a ecologia, para os pobres, para as cidades enormes, para os vilarejos, para a história
das missões e das revoluções, para as seitas e para a Teologia da Libertação, o que
significa e representa a eleição de Bergoglio à Cátedra de Pedro, Bispo de Roma e
Vigário de Jesus Cristo?" (RL)