2014-04-10 17:20:53

A tradição das 'parmureli' no Domingo de Ramos


Cidade do Vaticano (RV) – Cerca de 3 mil ‘parmureli’ – folhas novas brancas de palmeira tramadas – deverão ser usadas na Praça São Pedro, por ocasião da celebração do Domingo de Ramos. Seguindo uma antiga tradição, estes trabalhos artesanais com valor religioso e também ornamental, serão enviados de San Remo e de Bordighera, região da Ligúria, e serão entregues ao Santo Padre, aos Cardeais, Bispos e fiéis presentes na cerimônia.

A ‘parmurelu’ que será entregue ao Papa Francisco foi entrelaçada com três folhas de palmeira unidas, simbolizando a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. A obra foi confeccionada nos dias passados na Cooperativa ‘Il cammino’, junto aos outros 3 mil exemplares de dimensões menores, todos entrelaçados segundo a tradição da Ligúria.

A tradição das ‘parmureli’ nasceu de um episódio ocorrido em 10 de setembro de 1586 na Praça São Pedro, no momento em que foi levantado o obelisco egípcio de 26 metros de altura, pesando 350 toneladas, tendo como protagonista o Capitão Benedetto Bresca, de San Remo. Dada a complexidade da operação, o Papa Sisto V havia ordenado o silêncio absoluto dos trabalhadores. Ao observar que as cordas que levantavam o obelisco estavam por se romper, Bresca, conhecedor da técnica para evitar o acidente e transgredindo a ordem, gritou: “Aiga ae corde" (água nas cordas). As cordas são então molhadas e a operação é completada sem problemas. Sisto V, agradecido, ofereceu a ele a escolha de uma compensação. Bresca pediu o privilégio de ter a honra de ser o fornecedor oficial das palmas pascais ao Pontífice.

A operação de entrelaçar as folhas mais novas e brancas da palmeira é realizada normalmente no núcleo familiar. Assim, esta técnica especial, é repassada de pai para filho, de geração em geração.

A tradição das ‘parmureli’ serem enviadas da Ligúria foi interrompida nos anos 70, quando coube às monjas camaldulense a missão de trançar as folhas novas das palmeiras para as igrejas de Roma. Numa iniciativa do Centro de Estudos e Pesquisa das Palmas, da Cooperativa Social ‘Il Cammino’ e da Prefeitura de San Remo, a antiga tradição foi retomada em 2003, permanecendo até os dias atuais (JE).










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