A ditadura do pensamento único mata a liberdade dos povos e das consciências – o Papa
em Santa Marta
A ditadura
do pensamento único mata a liberdade dos povos e das consciências – esta a principal
mensagem do Papa Francisco na Missa desta quinta-feira na Capela da Casa de Santa
Marta. A homilia do Santo Padre toma como principal estímulo a leitura do Evangelho
de S. João proposta pela liturgia do dia, para explicar a recusa dos fariseus à mensagem
de Jesus. Segundo o Papa Francisco o erro dos fariseus foi terem retirado os mandamentos
do coração de Deus. Pensavam que tudo se resolvesse na observância dos mandamentos
– sublinhou o Santo Padre – mas estes não são uma lei fria porque nascem de uma relação
de amor. Mas o coração estava fechado para isto:
“É um pensamento fechado que
não está aberto ao diálogo, à possibilidade de que haja uma outra coisa, à possibilidade
de que Deus nos fale, nos diga como é o seu caminho, como fez com os profetas. Esta
gente não tinha escutado os profetas e não escutava Jesus.”
“Não há possibilidade
de diálogo, não há possibilidade de abrir-se às novidades que Deus trás com os profetas.
Fecharam os profetas, esta gente; fecham a porta à promessa de Deus. E quando na história
da humanidade vem este fenómeno do pensamento único, quantas desgraças. No século
passado nós vimos todos as ditaduras do pensamento único que acabaram por matar tanta
gente...”
Segundo o Papa Francisco também hoje em dia existe uma idolatria
do pensamento único que retira a liberdade dos povos e das consciências:
“Hoje
deve-se pensar assim e se tu não pensas assim, não és moderno, não és aberto ao diálogo
ou pior ainda. Tantas vezes dizem alguns governantes: ‘eu peço uma ajuda financeira’;
‘mas se tu queres uma ajuda tens que pensar assim e deves fazer esta lei e outra ainda...
Também hoje existe a ditadura do pensamento único e esta ditadura é a mesma desta
gente: pega na pedras para lapidar a liberdade dos povos, a liberdade da gente, a
liberdade das consciências, a relação da gente com Deus. E hoje Jesus é crucificado
outra vez.” (RS)