Papa encoraja Bispos da Tanzânia a prosseguir atividade evangelizadora, no respeito
pela liberdade religiosa de cada um
Intensa a atividade pública do Santo Padre nesta segunda-feira, 7 de abril. O Papa
recebeu, de manhã, em audiências sucessivas: - o cardeal Fernando Filoni, Prefeito
da Congregação para a Evangelização dos Povos; - o arcebispo Francis Chullikatt, Observador
Permanente da Santa Sé junto da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, e da
Organização dos Estados Americanos; - dez prelados da Conferência Episcopal tanzaniana,
nomeadamente os arcebispos de Mwanza e de Arusha, e os bispos das dioceses sufragâneas.
Já
depois do meio-dia, o Santo Padre recebeu dois diferentes grupos: os trinta bispos
que constituem a Conferência Episcopal da Tanzânia; e sessenta Membros do Comité Organizador
da JMJ (Jornada Mundial da Juventude) do Rio de Janeiro.
Esta tarde, na Casa
de Santa Marta, pelas 16 horas, o Santo Padre receberá Sua majestade o rei da Jordânia,
Abdallah II Ibn Al Hussein.
Na audiência conjunta aos Bispos tanzanianos,
o Papa Francisco evocou os “muitos dons” com que foi “abençoada” a Igreja na Tanzânia,
nomeadamente a “impressionante história da atividade missionária desenvolvida na região”.
“Construindo (a Igreja) sobre o zelo e os sacrifícios dos primeiros evangelizadores
– observou o Papa, dirigindo-se aos bispos do país – vós deveis manter e animar este
imperativo missionário, de tal modo que o Evangelho possa progressivamente permear
todo o trabalho apostólico, lançando a sua luz sobre todos os sectores da sociedade
tanzaniana”
Há que nunca esquecer – observou o Papa Francisco – que “a evangelização
na Tanzânia não é apenas um notável evento do passado: realiza-se em cada dia na atividade
da Igreja, nas paróquias, na liturgia, ao receber os Sacramentos, no apostolado educacional,
nas iniciativas no campo da saúde, na catequese, e na vida ordinária dos cristãos”. Especial
responsabilidade toca aos pastores da Igreja, no seu ministério de ensinar, santificar
e governar o rebanho – sublinhou o Santo Padre. Grande é pois a necessidade de “padres
zelosos, bem formados e santos”. O Papa exprimiu a sua gratidão e encorajamento a
todos os sacerdotes, que desempenham a sua atividade em condições tantas vezes sacrificadas
e arriscadas. Sejam sempre “homens de profunda sabedoria e genuínos líderes espirituais”.
Referindo-se aos leigos e ao contributo que fornecem à evangelização do país,
o Papa evocou com apreço dois recentes eventos eclesiais: o Congresso Eucarístico
Nacional de 2012 e o Seminário realizado na conclusão do Ano da Fé. Não foi esquecido
que é no lar que tem início o trabalho de evangelização. “É sentido com particular
vitalidade em África o dom que constituem famílias sãs” – observou o Papa que recordou
que “o coração da nova evangelização está no amor e solicitude pastoral que a Igreja
dedica às famílias.
A concluir as palavras dirigidas à Conferência Episcopal
da Tanzânia, o Santo Padre congratulou-se com o facto de o país se encontrar empenhado
em assegurar aos discípulos das diferentes religiões a liberdade de praticar a própria
fé. “A protecção e promoção deste direito humano fundamental fortalece a sociedade
nobilitando os crentes, na fidelidade aos ditames da sua consciência e no respeito
pela dignidade e pelos direitos de todos, incrementando a unidade social, a paz e
o bem comum”.
Decorreu num ambiente de grande familiaridade o encontro do
Papa com o Comité Organizador das JMJ do Rio de Janeiro, a nove meses daquela “inesquecível
viagem”, o Papa Francisco exprimiu a sua satisfação por pode “matar saudades do Brasil”.
Agradecendo uma vez todos os leigos, religiosos, sacerdotes e bispos que deram
a sua contribuição generosa durante esta JMJ, o Papa Francisco observou que ali se
fez a experiência concreta da “dinâmica da multiplicação dos pães”. Tendo cada um
dado o que podia, “Jesus multiplicou os esforços”. É na certeza de que assim vai continuar
a ser que se deve encarar o futuro – advertiu o pontífice: “Devemos olhar para o futuro
fortalecidos com a certeza de que Deus sempre multiplicará os nossos esforços”. A
concluir o Papa Francisco convidou a considerar o exemplo e a invocar a intercessão
de José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil, recentemente declarado Santo, o qual, numa
carta, escrevia: “Nada é difícil para aqueles que acalentam no coração e têm como
fim único a glória de Deus e a salvação das almas”.