Meditação quaresmal de Frei Raniero Cantalamessa

Cidade do Vaticano (RV) – O Padre Raniero Cantalamessa fez, na manhã desta sexta-feira, na Capela “Redemptoris Mater”, no Vaticano, sua quarta pregação de Quaresma ao Santo Padre e aos membros da Cúria Romana.

O Pregador oficial da Casa Pontifícia refletiu sobre o tema: “São Leão Magno e a fé em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem”. Ele dividiu a sua meditação em quatro partes: Oriente e Ocidente unânimes sobre Cristo; Jesus histórico e Cristo dogmático reunificados; Cristo, fundamento de todo o cristianismo; a pessoa de Jesus de Nazaré.

Há diversos meios ou métodos para entender a pessoa de Jesus, disse o Frei Capuchinho. O primeiro pode ser através da Bíblia e, seguir, também a partir das interrogações e problemáticas do homem de hoje ou, até mesmo, mediante a própria experiência de Cristo.

A Tradição da Igreja elaborou um meio de acesso ao mistério de Cristo, organizando os dados bíblicos, que se chama “dogma cristológico”, ou seja, as verdades fundamentais em torno de Jesus Cristo: “uma só pessoa, verdadeiro Deus e verdadeiro homem”. O Papa São Leão Magno aprofundou este mistério, reunindo as correntes greco-latinas: a pessoa de Deus-homem; natureza divina e humana; unidade da pessoa de Cristo.

Frei Cantalamessa se detém sobre a parte doutrinal do tema central: “a pessoa de Jesus Cristo é o fundamento de todo o cristianismo”. Mas é o Espírito Santo o mediador entre nós e o Ressuscitado. O apóstolo Paulo atribui ao Espírito Santo a compreensão do mistério de Cristo e do seu amor pelo homem. Jesus é nosso amigo porque, como ressuscitado, ele está presente e vive ao nosso lado: “Eu não vos chamo mais servos, mas amigos...”.

O Pregador da Casa Pontifícia concluiu sua quarta meditação de Quaresma ao Papa e aos membros da Cúria Romana, afirmando que, “Jesus, em sua vida terrena, manteve uma relação de verdadeira amizade com seus discípulos e com aqueles que o seguiam”. Após a sua Ressurreição, porém, esta amizade não tem mais confins: “Ele oferece a todos os homens e mulheres a possibilidade de tê-lo como amigo, no sentido mais pleno da palavra, através do Espírito Santo”. (MT)