Audiência do Papa a Bispos do Ruanda, ao primeiro-ministro de Cabo Verde e ao Prefeito
para as Causas dos Santos
O Papa Francisco recebeu na manhã desta quinta-feira, no palácio do Vaticano, o primeiro-ministro
de Cabo Verde, José Maria Neves, com o séquito, e ainda o cardeal Ângelo Amado, Prefeito
da Congregação para as Causas dos Santos e os oito bispos que compõem a Conferência
Episcopal do Ruanda, vindos a Roma para a visita “ad limina Apostolorum”. De tarde,
às 15 horas, o Santo Padre recebeu, em visita privada, no estúdio anexo à Sala Paulo
VI, Sua majestade a Rainha Isabel II de Inglaterra, com sua Alteza o Duque de Edimburgo,
e o respectivo séquito.
Nas palavras que dirigiu aos Bispos ruandeses, o Papa
Francisco evocou a celebração, dentro de dias, do vigésimo aniversário do início do
“terrível genocídio que provocou tantos sofrimentos e feridas que estão ainda longe
de ficar cicatrizadas. “Associo-me de todo o coração ao luto nacional” – declarou
o Santo Padre, que assegurou a sua oração “pelos próprios bispos, pelas comunidades
tão dilaceradas e por todas as vítimas e suas família, por todo o povo ruandês, sem
distinção de religião, de etnia ou de opção política”. Vinte anos após aqueles
trágicos acontecimentos, permanece como “prioridade para a Igreja” no Ruanda “a reconciliação
e a cura das feridas” – considerou o Papa Francisco, que encorajou o episcopado do
país a perseverar neste empenho, na certeza de que “o perdão das ofensas e uma autêntica
reconciliação”, humanamente impossíveis, constituem um dom que se pode receber de
Cristo, na fé e na oração. Embora – reconheceu o Papa – se trata de “um caminho longo,
que exige paciência, respeito recíproco e diálogo”. Na perspectiva da reconciliação
nacional entre todos os ruandeses, o Papa sublinhou a importância de os católicos
permanecerem “unidos no amor, pois só assim o Evangelho toca e converte profundamente
os corações”. Nesse mesmo sentido, há que reforçar as relações de confiança entre
a Igreja e o Estado, reconhecendo os frutos benéficos que resultam das relações oficiais
existentes desde há 50 anos. A concluir, o Santo Padre recordou a importância
e o papel dos jovens, dos catequistas, e das famílias – “células vitais da sociedade
e da Igreja”, assim como dos padres, cuja atividade generosa agradeceu. Que em tudo
se possa advertir o “papel insubstituível da Igreja para o bem comum”, a começar pelos
sectores da saúde e da educação.