2014-04-02 12:16:20

Quando morre um Santo. Cardeal Sandri recorda Karol Wojtyla


Cidade do Vaticano (RV) – Em 2 de abril de 2005, após uma longa convalescença enfrentada com coragem e generosidade, João Paulo II voltava à Casa do Pai. O anúncio da morte de Karol Wojtyla em uma Praça São Pedro tomada pela comoção, foi dado pelo substituto da Secretaria de Estado, Leonardo Sandri, hoje Cardeal Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais.

“Queridos irmãos e irmãs, às 21h37min, o nosso amadíssimo Santo Padre João Paulo II voltou à Casa do Pai”, rezemos por ele.

R: “A emoção foi grande, e agora, à luz desta próxima canonização, ter anunciado justamente esta passagem da terra à Casa do Pai de um Santo, é para mim uma emoção dobrada: sinto-me como um indigno e longe de poder ter sido um instrumento, naquele momento, de alguém que foi realmente um evangelizador, um homem de paz, um homem de grande vida interior como base de toda a sua atividade; de uma pessoa que viveu com grande austeridade, com grande pobreza todo o seu ministério”.

RV: Que recordação o senhor trás de seu encontro com João Paulo II?

R: “Tenho tantas, tantas recordações. Sobretudo ver como Deus dotou Karol Wojtyla de uma riquíssima humanidade. Toda esta santidade que nós vimos durante sua vida sacerdotal, episcopal e pontifical era depositada em uma pessoa humana que teve tantos sofrimentos: a perseguição, a morte da mãe quando era pequeno, o obstrucionismo por parte do regime, o fato de ter de viver em um ambiente hostil…tudo isto foi experimentado por uma pessoa extraordinária pela simpatia, pela presença física, culturalmente muito profundo e rico pelos estudos que havia feito, também de filosofia e em particular da fenomenologia… E depois, pelo grande, grande conhecimento que tinha das pessoas, a capacidade de colocar-se em contato com eles, o conhecimento das línguas, o conhecimento do mundo que ele havia vivido também quando foi Bispo na Polônia… E portanto, esta humanidade foi elevada por Deus, por meio de uma vida de duras lutas, de sofrimento, de sacrifício, uma vida também de austeridade porque, aqui, uma coisa que eu pude admirar também no último dia de sua vida, quando estava alí, no leito da morte, era o despojamento total da sua pessoa, também do ponto de vista material: não havia nenhum luxo ao seu redor. Esta humanidade foi coroada por Deus com os dons do Espírito Santo, com tudo isto – a partir da fé, a esperança e a caridade – que fazem de um ser humano comum, como todos, um Santo”.

RV: Todos recordamos que em 8 de abril, no funeral de João Paulo II, o povo de Deus o chamou “Santo já”. O que os fiéis têm a mais, agora que em 27 de abril Karol Wojtyla será proclamado Santo?

R: “Têm o juízo da autoridade da Igreja. Nós devemos pensar que na fórmula da Canonização existe como que uma espécie de solenidade quase dogmática de definição: ele está no Céu, e portanto, nós fiéis que acreditamos que ele era Santo desde quando o conhecemos, ou mesmo aqueles que o proclamaram ‘Santo já’ na Praça São Pedro, têm agora a certeza da autoridade da Igreja que é a autoridade do Sucessor de Pedro que diz efetivamente: “Proclamo, defino, anuncio que este homem é um Santo e está, portanto, ao lado de Deus” e já goza da visão daquele que nós tantas vezes vemos somente através de uma sombra e não o vemos, Deus, face a face: ele já o vê, e isto o garante também o Supremo Pastor da Igreja, que é o Papa Francisco”. (JE)













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