Cardeal Turkson: "Os integrantes do mercado são pessoas e não objetos"
Houston (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal
Peter Turkson, participou nesta segunda-feira, em Houston, nos Estados Unidos, de
uma conferência sobre a relação entre ética e economia, promovida pela Faculdade de
Economia da Universidade Católica Santo Tomás.
Em sua palestra intitulada
"Dá-nos hoje o pão nosso de cada dia: colocar a ética a serviço da economia", o purpurado
reiterou os princípios da Doutrina Social da Igreja, evidenciando como ela ajuda a
produzir bons produtos, bom trabalho e boa riqueza.
O Cardeal Turkson recordou
que "os integrantes do mercado são pessoas, não objetos ou meros consumidores e que
a economia requer solidariedade com os pobres e serviço em favor do bem comum. O sistema
econômico deve olhar para as comunidades como tal, promovendo a dignidade do trabalho
humano e contribuindo para o pleno desenvolvimento humano dos trabalhadores".
O
Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz falou sobre a boa riqueza, instrumentos
econômicos que olham para o lucro de uma forma saudável, tendo em conta o ambiente
cultural e natural, apontamento para a distribuição justa.
Em seguida, o purpurado
se deteve sobre os desafios que a Universidade Católica de Houston deve enfrentar:
ensinar aos estudantes a não viverem uma vida que separe negócios e fé, mas que eles
se lembrem sempre do valor incondicional da pessoa humana e a importância de seu desenvolvimento
integral. Por esta razão, os jovens devem ser capazes não só de discernir o aspecto
ético da economia, mas também saber agir com base nos valores cristãos a fim mudar
a sociedade.
O representante vaticano convidou a não relegar a ética a um
curso acadêmico separado, distante das outras disciplinas a fim de evitar deformar
os estudantes ao invés de formá-los.
A crise econômica e financeira que atingiu
o mundo, em 2008, demonstrou que se um sistema provoca muitos danos, então não é um
bom sistema. O Cardeal Turkson espera que os economistas de amanhã entendam que a
sua vocação inclui a necessidade de alimentar os famintos e desarraigar a pobreza.
(MJ)