Caminhar em direção às promessas de Deus, senão somos “turistas existenciais” – o
Papa em Santa Marta
Na homilia
da Missa na Casa de Santa Marta nesta segunda-feira o Papa Francisco falou dos cristãos
parados, dos que se enganam no caminho e dos que andam às voltas numa espécie de ‘turismo
existencial’. Tomando como estímulo da sua meditação a leitura do Profeta Isaías o
Papa Francisco evidenciou o facto de que Deus, antes de pedir alguma coisa, faz uma
promessa. E nas promessas de Deus devemos confiar. Mas não basta, pois devemos caminhar
para elas – afirmou o Papa Francisco – mas são muitos os cristãos que estão... parados: “Tantos
cristãos parados! Estão tantos para trás que têm uma débil esperança. Sim, acreditam
que haverá um Céu e tudo estará bem. Está bem que acreditem, mas não procuram! Cumprem
os mandamentos, os preceitos: tudo... Mas estão parados. O Senhor não pode fazer deles
fermento no seu povo, porque não caminham. E este é um problema: os parados. Depois,
existem outros que se enganam no caminho: todos nós algumas vezes enganamo-nos no
caminho, isso já o sabemos. O problema não é enganar no caminho; o problema é não
voltar para trás quando reparamos que nos enganamos.” O modelo de quem
acredita e segue aquilo que a fé lhe indica é o funcionário do rei que procura a cura
para o filho doente, tal como nos descreve S. João no Evangelho de hoje – continuou
o Santo Padre – este funcionário é um homem que não duvida um instante de Jesus. Mete-se
em caminho em direção a casa quando Jesus lhe assegura que o filho está curado. Oposto
a esta modelo existe aquele dos que vão à procura mas andam sempre às voltas sem tomarem
a sério as promessas de Deus. São ‘turistas existenciais’ – afirmou o Papa Francisco: “São
os cristãos errantes: andam às voltas como se a vida fosse um turismo existencial,
sem meta, sem tomar as promessas a sério. Aqueles que andam às voltas e enganam-se,
porque dizem: ‘Eu caminho!’. Não tu não caminhas, tu andas às voltas.”“A
Quaresma é um belo tempo para pensar se eu estou em caminho ou se eu estou demasiado
parado: converteu-vos. Ou se eu sou um turista teologal, um destes que fazem a volta
da vida mas nunca fazem um passo à frente. E peço ao Senhor a graça de retomar o caminho,
de meter-nos em caminho, mas em direção às promessas.” (RS)