Cidade
do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência, na manhã deste sábado,
na Sala Paulo VI, no Vaticano, mais de 6 mil integrantes do “Movimento Apostólico
Cegos” e da “Pequena Missão para os Surdos”, entre familiares, Congregações, escolas,
associações, entidades e movimentos, provenientes do Brasil, Argentina, Alemanha,
Espanha, Estados Unidos, Inglaterra e Malta.
O objetivo da Pequena Missão para
Surdos é a promoção humana e social e a evangelização das pessoas surdas. A Instituição,
fundada em Bolonha, em 1849, pelo Servo de Deus Giuseppe Gualandi, está presente na
Itália, Brasil e Filipinas e, em breve, inaugurará uma nova Comunidade na República
Democrática do Congo.
O encontro teve início com um momento de oração, guiado
pelos organizadores, seguido por testemunhos de pessoas surdas e cegas do ‘Movimento
Apostólico Cegos’.
No discurso que pronunciou aos numerosos presentes, o Santo
Padre fez uma breve reflexão sobre o tema “Testemunhas do Evangelho para uma cultura
do encontro”. A expressão encontro, explicou o Papa, parte, antes de tudo, do encontro
com Cristo. De fato, para ser testemunhas do Evangelho é preciso, primeiro, encontrar
Jesus. Quem o conhece, muda de vida, e se torna sua testemunha, como aconteceu com
a Samaritana:
“Testemunha do Evangelho è aquele que encontra Jesus Cristo,
que o conhece, ou melhor, que se sente conhecido por ele, reconhecido, respeitado,
amado, perdoado. Este encontro o toca profundamente, o enche de uma alegria nova e
lhe dá um novo significado da vida. Assim, ele o comunica e o retransmite aos outros”.
A
Samaritana, disse o Pontífice, é um exemplo típico e claro de pessoa que Jesus gostava
de encontrar, para fazer dela sua testemunha. Eram pessoas marginalizadas, excluídas,
desprezadas. Os samaritanos eram desprezados pelos judeus. Porém, quantas pessoas
Jesus encontrou, sobretudo aquelas que sofriam pela sua enfermidade e invalidez. Jesus
as curava e lhes restituía a plena dignidade. Outro exemplo, citado pelo Papa,
foi o do cego de nascença, que era marginalizado por ser considerado castigo divino!
Mas, Jesus rejeitando, radicalmente, este modo blasfemo de pensar, lhe dá novamente
a vista.
A partir disto, este ex-cego se torna testemunha da obra de Jesus,
que é obra da vida, do amor e da misericórdia divina. Assim, aquele homem excluído
volta a fazer parte da nova comunidade, baseada na fé em Jesus e no amor fraterno.
E o Santo Padre explicou:
“Eis duas culturas opostas: a do encontro e a
da exclusão e do preconceito. A pessoa doente ou portadora de deficiência pode se
tornar, precisamente a partir da sua fragilidade e da sua limitação, testemunha do
encontro: o encontro com Jesus, que abre à vida e à fé, e o encontro com os outros,
com a comunidade. Com efeito, somente quem reconhece a sua fragilidade e a sua limitação
pode construir relações fraternas e solidárias, na Igreja e na sociedade”.
O
Pontífice concluiu seu discurso encorajando o Movimento Apostólico Cegos e a Pequena
Missão dos Surdos a deixar-se encontrar por Jesus, porque só ele conhece verdadeiramente
o coração do homem; somente ele pode libertá-lo do fechamento e do pessimismo estéril
e abri-lo à vida e à esperança! (MT)