“Confissão não é um tribunal de condenação, mas uma experiência de perdão e misericórdia”:
Papa Francisco aos participantes no XXV Curso sobre Foro interno
O Santo Padre Francisco recebeu em audiência nesta sexta-feira aos participantes à
XXV edição do Curso sobre Foro interno, organizado pela Penitenciaria Apostólica,
sobretudo para neo-sacerdotes e diáconos, uma iniciativa que decorre anualmente como
oportunidade para formar confessores e ajudá-los a melhor exercer o importante ministério
da misericórdia. Após as palavras de agradecimento ao Cardeal Penitenciário-Mor,
Dom Mauro Piacenza, o Papa Francisco sublinhou antes de tudo que o protagonista do
ministério da reconciliação é o Espírito Santo e que o perdão que o Sacramento confere
é a vida nova transmitida pelo Senhor ressuscitado. Os confessores são, portanto,
chamados a ser sempre “homens do Espírito Santo”, testemunhas e anunciadores, alegres
e fortes, da ressurreição do Senhor. O sacerdote, explicou o Papa, acolhe por conseguinte
os penitentes não com a atitude de um juiz e muito menos com a de um simples amigo,
mas com a caridade de Deus, com o amor de um pai que vê o filho regressar e vai ao
seu encontro, do pastor que encontrou a ovelha perdida. Os confessores têm, sim, o
papel de médico e juiz, mas não se deve esquecer, adverte o Papa, que o confessor,
como médico, é chamado a curar e como juiz a absolver. Em seguida o Papa reiterou
que, se a reconciliação transmite a vida nova do Ressuscitado e renova a graça baptismal,
então a tarefa dos confessores é doar generosamente aos irmãos essa vida nova. E por
isso, um sacerdote que não cuida desta parte do seu ministério, é como um pastor que
não cuida das ovelhas que se perderam, um pai que se esquece do filho perdido e não
espera por ele. Por esta razão, insistiu o Papa, devemos trabalhar muito sobre nós
mesmos, sobre a nossa humanidade, para não sermos obstáculo para os fiéis, mas sempre
favorecermos a sua aproximação à misericórdia e ao perdão. E para isto, é preciso
evitar os dois extremos opostos: o rigorismo e o laxismo, e adoptar sentimentos da
misericórdia que escuta realmente com o coração de Deus e quer acompanhar a alma
no caminho da reconciliação, porque a confissão não é um tribunal de condenação, mas
uma experiência de perdão e misericórdia!
E por último, para ajudar os fiéis
a superar as dificuldades que muitas vezes encontram na confissão, o Papa mostrou
a importância que em todas as dioceses e comunidades paroquiais, se cuide particularmente
a celebração do sacramento do perdão e da salvação, e que em cada paróquia, particularmente
nas Comunidades religiosas, os fiéis saibam quando podem encontrar sacerdotes disponíveis.