2014-03-20 11:56:42

República Centro-Africana: apelo à população de Bangui ao desarmamento


"Entregar incondicionalmente todas as armas mantidas” e "esperar o lançamento do programa de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração": é o apelo difundido na rádio nacional da República Central-Africana pelo ministro da Defesa, Thomas Théophile Timangoa, dirigido à população de Bangui. O desarmamento dos civis em posse de armas e munições – informa a agência MISNA - será realizado pelas forças armadas, em colaboração com as tropas francesas de Sangaris e os soldados africanos da MISCA. "O Exército, na sua missão de proteger as pessoas e bens, tratará os que não respeitarem a ordem de desarmamento como potenciais alvos militares", advertiu o ministro.
Na capital, em termos de segurança , a situação está a melhorar lentamente, mas permanecem fortes tensões no bairro PK5, teatro de intensos tiroteios na última quarta-feira que forçaram centenas de moradores a fugir para áreas vizinhas. Como prova de normalização, a Organização Internacional para as Migrações (OIM ) relatou uma queda acentuada no número de pessoas deslocadas, de 700.000 para 200.000 pessoas reunidas em 50 lugares (e já não em mais de 70 lugares). No principal campo de deslocados da capital, o campo de M'Poko perto do aeroporto, os Médicos Sem Fronteiras (MSF) informaram que os ocupantes passaram de 100.000 para 60.000. Mas as ONGs e fontes médico-sanitárias sublinham que "o movimento de regresso a casa ainda permanece tímido": sons de tiros, tensões e desordens nocturnas nos bairros obrigam as pessoas ainda a ir dormir nos campos. O grupo mais vulnerável é o da população muçulmana" que ainda não se sente seguro, e portanto permanece onde goza de maior protecção física", disse Joseph Loprete , Chefe de Missão da OIM .
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, em visita a Bangui, encontrará nas próximas horas os deslocados desta crise centro-africana. Estão programadas palestras com a Presidente de transição Catherine Samba Panza, com alguns ministros, mas também com representantes da União Africana e da Comunidade Económica dos Países da África Central (CEEAC). Entretanto, um grupo de peritos enviados pela ONU, confirmou que armas líbias, particularmente mísseis antiaéreos portáteis, foram entregues à RCA, mas ainda não teriam sido identificadas no terreno. Há alguns dias, o MISCA desmantelou um "impressionante arsenal de guerra", perto do aeroporto internacional de Bangui, com base em informações fornecidas pelos moradores.
Na capital centro-africana espera-se também o enviado especial da Organização da Conferência Islâmica (OCI), o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros senegalês Cheikh Tidiane Gadio, com o mandato de "ajudar muçulmanos, cristãos e as outras comunidades espirituais a restabelecer o diálogo para salvar o país", a única via para "restaurar a paz e a segurança”.








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