2014-03-18 19:56:53

Cardeal Sandri nos 10 anos da Mensagem de Amã: a formação das crianças e jovens possibilita convivência pacífica e construtiva entre as religiões


Roma (RV) – Se crianças de religiões diferentes aprendem desde pequenas a viver uma ao lado das outras, o mundo de amanhã conhecerá mais concórdia e menos divisões. Esta foi a essência do pronunciamento do Cardeal Leonardo Sandri, na manhã desta terça-feira (18), no Campidoglio, em Roma, durante o Dia de Estudos dedicado aos 10 anos da “Amman Message” (Mensagem de Amã), a declaração em que o Rei da Jordânia Abdullah II exortou à tolerância e à unidade no mundo islâmico.

“Se hoje somos ‘um mundo de feridos’ - porque as religiões que professamos viram no passado alguns de seus membros agirem com violência em nome do seu Deus – amanhã poderemos constatar que uma pacífica e construtiva convivência é possível, se agora ensinarmos isto aos jovens”. É um verdadeiro hino à paz - baseado em dezenas de experiências concretas -, o pronunciamento do Cardeal Sandri proferido na Sala da Protomoteca no Campidoglio. O ponto de partida de sua exposição foi a constatação dos “contra-testemunhos e das distâncias” que – afirmou – caracterizaram, em diversas circunstâncias da história, a vida da comunidade cristã e, em modo análogo, da islâmica.

No primeiro caso, o Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais recordou o genocídio em Rwanda e no segundo, uma passagem da própria ‘Amman Message’, na qual, em novembro de 2004, o rei Abdullah II da Jordânia, estigmatizava o ataque contra as religiões muçulmanas por parte – escrevia – “de alguns que sustentam pertencer ao Islã e cometem atos terríveis em seu nome”.

Existe, todavia, uma longa série de experiências que demonstram o contrário. O Cardeal Sandri recordou os momentos de recíproca proximidade e solidariedade entre cristãos e muçulmanos, experimentados em diversas circunstâncias, mesmo dramáticas, durante suas recentes viagens ao Iraque e Líbano. Deste modo, destacou a “prioridade” do dicastério por ele guiado, que é de buscar, onde quer que seja, a “cura da formação”, em particular nas estruturas eclesiais romanas freqüentadas por numerosos estudantes católicos e de outras igrejas cristãs.

“Juntos – explicou – são formados para uma recíproca convivência e colaboração segundo os princípios do diálogo ecumênico e inter-religioso indicados pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, respeitando as diferenças, mas tendo como prioridade igualmente o bem comum a ser realizado”.

Muitas outras são as estruturas da Igreja que se ocupam deste serviço. Como por exemplo, “as realidades educativas e escolares operantes no Oriente Médio”, abertas também a não-católicos, que “encarnam e apóiam um diálogo islâmico-cristão na preparação cultural e na vida cotidiana”.

Nisto – afirmou o Cardeal Sandri -, “ressoa a ‘Amman Message’, quando se refere à educação dos jovens nestes termos: ‘Os jovens são o ornamento do nosso presente e promessa do nosso futuro. Os sábios protegem os jovens do perigo de desviarem para o caminho da ignorância, da corrupção, da mentalidade fechada e da subordinação”. “O testemunho de um trabalho educativo constante, competente e generoso não dá asas à esperança dos habitantes do Oriente e do mundo inteiro?”, perguntou o Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais.

“A minha gratidão – prosseguiu – crescerá ainda mais se tais exemplos virtuosos forem divulgados para assegurar que a pacífica e construtiva convivência é possível. Pedem isto as crianças e os jovens judeus, cristãos e muçulmanos que na Terra Santa vão à escola juntos, pensando em um futuro luminoso que nós não temos o direito de negar”.

“São estes – concluiu – os caminhos da paz que o Senhor já abriu, para que o mundo possa sempre se beneficiar da contribuição do Oriente na edificação da casa comum da humanidade”. (JE)












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