D. José Policarpo, "pastor apaixonado" (diz Papa Francisco), sepultado em São Vicente
de Fora
Decorrem esta tarde, às 16 horas, na Sé de Lisboa, as exéquias do patriarca emérito,
D. José Policarpo. O Governo decretou que esta sexta-feira fosse dia nacional de luto.
O cardeal faleceu quarta-feira, com 78 anos, na sequência de problemas cardíacos e
foi lembrado pelo Papa Francisco como um “pastor apaixonado”. “Confio à misericórdia
de Deus o amado cardeal, recordando-me da sua preciosa colaboração nos diferentes
organismos da Santa Sé e dos meus encontros com este pastor apaixonado pela busca
da verdade”, refere o telegrama de condolências ontem enviado pelo Papa ao actual
Patriarca, D. Manuel Clemente, que preside às exéquias do seu predecessor. D. José
Policarpo foi criado cardeal em 2001, por João Paulo II, no mesmo consistório do então
arcebispo de Buenos Aires, D. Jorge Mario Bergoglio, hoje o Papa Francisco, com quem
participou em dois conclaves. Depois da Missa exequial, seguir-se-á o cortejo fúnebre,
até ao Mosteiro de São Vicente de Fora, onde os restos mortais de D. José Policarpo
terão sepultura no Panteão dos Patriarcas. O presidente da República portuguesa
anunciou a sua presença nas exéquias e emitiu um comunicado em que recorda a figura
do cardeal como “personalidade ímpar” do país. “Todos os Portugueses, crentes e não
crentes (escreve Cavaco e Silva), lamentam a perda de uma personalidade ímpar, que
pela lucidez serena e pela luminosa inteligência da sua palavra constituiu, ao longo
de décadas, uma das mais importantes referências éticas e espirituais da nossa sociedade”. Numa
mensagem dirigida, ontem, ao Clero do Patriarcado de Lisboa, D. Manuel Clemente, sucessor
de D. José Policarpo, convidou todos a prestarem a sua última homenagem ao falecido:
“pela entregar total aos sucessivos ministérios que lhe foram confiados; pela grande
lucidez com que sempre leu os sinais dos tempos…; pela grande bondade com que acompanhou
o clero e os fiéis, constantemente pai, irmão e amigo”. “Todos manteremos viva a sua
herança pastoral!” – assegurou D. Manuel Clemente. D. José da Cruz Policarponasceu
a 26 de fevereiro de 1936 em Alvorninha, Caldas da Rainha, território do Distrito
de Leiria e do Patriarcado de Lisboa. Padre desde 15 de agosto de 1961, foi ordenado
bispo em 1978 (auxiliar de Lisboa) e criado cardeal por João Paulo II em 2001. Assumiu
o cargo de 16.º patriarca de Lisboa em março de 1998, após a morte de D. António Ribeiro,
de quem era coadjutor desde o ano anterior, sendo substituído por D. Manuel Clemente
em maio de 2013.