“Desejamos soluções negociadas” – Cardeal Parolin sobre a crise na Ucrânia
A situação
na Ucrânia continua tensa e incerta. A Casa Branca confirmou no domingo a deslocação
na quarta-feira aos Estados Unidos da América do primeiro-ministro interino ucraniano,
Arseni Iatseniouk, a convite do Presidente norte-americano, Barack Obama, que pretende
assim mostrar o seu “apoio” ao novo governo de Kiev. Entretanto na Crimeia está
convocado um referendo sobre a reunificação com a Rússia marcado para o próximo domingo
dia 16 que, no entanto, foi considerado ilegal por Kiev e por diversos países, tais
como os Estados Unidos da América, o Reino Unido, a França e a Alemanha. Recordemos
que a península da Crimeia está a ser controlada desde o final de fevereiro por forças
russas, que estão a consolidar a sua posição a cada dia que passa. Só o diálogo entre
as partes poderá encontrar “soluções negociadas” – esta a esperança do Cardeal Pietro
Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé que prestou declarações à Rádio Vaticano: “É
uma situação preocupante, sim. Creio que todos tenham revelado este aspeto. O desejo
é que se possa falar; como sempre nós desejamos que se procurem soluções negociadas.
Eu creio que na Ucrânia pode-se procurar uma solução em que cada uma das partes possa
salvaguardar os seus interesses e o bem do país e das suas populações.” O
Cardeal Parolin comentou ainda a possibilidade de um diálogo entre a Santa Sé e o
Patriarcado de Moscovo sobre a crise ucraniana: “Eu creio que sim , que também
sobre este ponto possamos falar é o nosso desejo. Se é possível dar um contributo
também a nível das relações inter-religiosas a favor da população, nós estamos prontos
a fazer e esperamos que se possa fazer.” Entretanto, o Conselho de Segurança
da ONU reuniu-se esta segunda-feira pela quinta vez em dez dias, com a crise ucraniana
na agenda. Na próxima quinta-feira o Conselho de Segurança vai receber o primeiro-ministro
ucraniano. Entre Moscovo e Washington mantém-se o impasse nas conversações. (RS).