2014-03-11 18:40:56

Anúncio da visita do Papa à Coréia do Sul causa entusiasmo no país asiático


Cidade do Vaticano (RV) - O anúncio da visita pastoral, de 14 a 18 de agosto, do Papa Francisco à República da Coréia suscitou grande entusiasmo no país asiático. "A visita de Francisco – escrevem numa mensagem os bispos sul-coreanos – é uma visita a todo o continente asiático".

Sobretudo entre os pobres e os menos favorecidos das grandes cidades, a alegria é difusa e já são muitos os preparativos em vista de agosto. Em Song-nam, na periferia de Seul, encontra-se o Centro Caritas mais importante do país.

Fundado pelo missionário dos Oblatas de Maria Imaculada, Pe. Vincenzo Bordo, o centro acolhe cerca de 500 sem-teto por dia. A Rádio Vaticano quis saber do sacerdote como a notícia foi acolhida por seus hóspedes:

Pe. Vincenzo Bordo:- "Com grande entusiasmo e grande alegria, sobretudo aqui onde estamos nós, um centro para sem-teto, mendigos e moradores de rua. Ao ouvirem a notícia, todos ficaram eufóricos. De fato, quando o Papa festejou seu aniversário e convidou três mendigos, um deles com um cão, dei a notícia a todos os meus hóspedes que, sabendo depois que o Papa viria à Coréia, me disseram: 'Então virá também a nos encontrar! Se convida mendigos a sua casa, virá encontrar também a nós, que somos 500-600'. Portanto, há uma grande expectativa, por parte de todos os amigos de rua, de poder vê-lo, pelo gesto que fez de apreço, de reconhecimento para com os moradores de rua."

RV: Como vocês estão se preparando?

Pe. Vincenzo Bordo:- "Em primeiro lugar, procurando mostrar quem é o Papa. Aqui estamos num ambiente não católico e não cristão, e conhecem muito pouco sobre o Papa e a Igreja Católica. A primeira coisa é mostrar quem é essa pessoa, o que faz e o que é a Igreja Católica. Consequentemente, haverá uma preparação de catequese para essas pessoas, que é um primeiro anúncio, porque não conhecem nem Jesus nem a Igreja, e muito menos o Papa. Portanto, será uma ocasião para evangelizar."

RV: Não acostumar-se a situações de degradação e de miséria que encontramos caminhando pelas ruas de nossas cidades: o senhor tem uma relação com os últimos e, desde o nascimento deste Centro Caritas, fez sua essa mensagem do Papa Francisco. Quais são os sentimentos para um missionário que, na periferia de Seul, se fez intérprete de tal apelo?

Pe. Vincenzo Bordo:- "Senti grande alegria quando ouvi essas palavras do Papa, porque durante 20 anos – são 22 anos que me encontro nesta pastoral – algumas vezes me senti zombado, abandonado, inclusive ultrajado. O Papa que reconhece esse trabalho, que diz que esses são irmãos que sofrem, me dá muita coragem e muita coragem às pessoas que se encontram nas ruas. Dizem: 'Mas o Papa, que é uma pessoa tão importante, se recorda de nós?' Essas são situações de sofrimento que muitas vezes as pessoas não veem, não conhecem e não querem ver. O fato que o Papa tenha se dado conta, e tenha colocado diante da atenção de todos, dá consolação, esperança, alegria a todos os nossos amigos que vivem nas ruas."

RV: Como a Coréia do Sul mudou desde 1989, ano da segunda visita de João Paulo II, até hoje? Quais são os novos desafios pastorais da Igreja local?

Pe. Vincenzo Bordo:- "A Igreja mudou muito nestes anos, a sociedade mudou muito e, consequentemente, também a Igreja mudou. Cheguei à Coréia em 1990 e a participação dos católicos coreanos na missa dominical era de 80%: via-se não somente muita gente, mas muitos jovens. Passaram-se vinte anos e o percentual daqueles que participam da missa dominical está em torno de 25-30% e se trata, sobretudo, de anciãos. Portanto, o problema da secularização é muito grande e é preciso uma nova evangelização e uma imagem nova da Igreja. Modos novos para uma realidade que mudou. Precisa-se muito disso." (RL)







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