Brasília (RV) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou
uma nota por ocasião do Dia Internacional da Mulher, celebrado neste sábado, 8 de
março.
Eis a nota.
1. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB,
saúda todas as mulheres por ocasião do Dia Internacional da Mulher – 8 de março. Agradecemos
as mulheres que por sua vocação e missão lutam pela superação de todo tipo de violência
e possibilitam a construção de uma cultura de paz no ambiente familiar e social.
2.
Reconhecemos a enriquecedora atuação das mulheres na sociedade e, especialmente, na
vida e missão da Igreja. Partilham responsabilidades pastorais com um estilo e dinâmicas
próprias, expressas na solicitude e no cuidado para com as pessoas nos diferentes
serviços e ministérios. Contudo, sabemos que ainda é necessário ampliar os espaços
para uma presença feminina mais incisiva na Igreja e em outros lugares onde se tomam
decisões importantes (Cf. EG 103).
3. No ano em que a CNBB propõe como tema
da Campanha da Fraternidade o Tráfico Humano, merece a nossa atenção o fato de muitas
mulheres serem vítimas deste crime, especialmente no que tange a exploração sexual.
A invisibilidade desta prática abominável se acentua pelo fato das vítimas serem de
famílias pobres, o que reforça a constatação da vulnerabilidade social da mulher no
Brasil. Diante desta realidade, a Igreja é chamada a ter uma atitude de escuta e acolhida,
à semelhança da atitude de Jesus diante dos apelos da mulher cananeia (Cf. Mt 15,28).
4.
Preocupa-nos o ambiente ainda adverso para as mulheres na sociedade. É alarmante o
número de mulheres mortas de forma violenta, alcançando neste momento histórico o
mais alto índice. São vítimas de agressões, principalmente por causa de conflitos
de gênero.
5. Não podemos esquecer o crescente número de mulheres que são arrimo
de família. Quase 40% dos lares brasileiros têm a mulher como referência. Elas, na
maioria das vezes, foram abandonadas pelos maridos ficando com filhos e familiares
doentes ou idosos com a responsabilidade de cuidá-los, recebendo, um salário inferior
ao dos homens e vivendo em condições insalubres.
6. Desejamos que, no cuidado
da vida e no exercício da caridade e da cidadania, as mulheres continuem sendo testemunho
de perseverança pelos caminhos que conduzem à dignidade, à liberdade, à justiça e
à paz.
7. Nossa Senhora Aparecida, Mãe de Jesus e nossa, modelo de mulher,
esposa e trabalhadora, ilumine e proteja às mulheres de nosso país.
Brasília,
08 de março de 2014
Raymundo Damasceno Assis Cardeal Arcebispo de Aparecida
– SP Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva Arcebispo de São
Luís - MA Vice-presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo-Auxiliar
de Brasília – DF Secretário-Geral da CNBB