Crise na Ucrânia – observadores da OSCE impedidos de entrar na Crimeia
Na crise ucraniana a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) foi
impedida nesta sexta-feira de entrar na Crimeia, segundo se pode ler na edição online
do jornal português “Público”. O grupo de 43 representantes de 23 países da OSCE foi
barrado por duas vezes por homens armados e não identificados. Entretanto, o ministro
dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, disse esta semana que, até ao
momento, ‘não há nenhum acordo com os Estados Unidos’ sobre a Ucrânia após uma reunião
com o seu homólogo norte-americano, John Kerry, em Roma. Por agora, as primeiras
sanções norte-americanas e a ameaça de “graves consequências económicas” por parte
dos líderes europeus não desviaram Moscovo do seu plano. A decisão russa é a de que,
se o resultado do referendo marcado para o próximo fim-de-semana na Crimeia for favorável
à integração na Rússia, a Rússia respeitará a decisão. Esta garantia foi dada aos
representantes do parlamento regional da Crimeia que se deslocaram nesta sexta-feira
a Moscovo, onde se reuniram com deputados de ambas as câmaras do parlamento russo.
O presidente da câmara baixa (Duma), Sergei Narishkin, e a presidente da câmara alta
(Conselho da Federação), Valentina Matvienko garantiram que a Rússia respeitará o
resultado do referendo e apoiará a decisão do povo da Crimeia. No próximo dia 16,
os cidadãos da península da Crimeia que está no centro do conflito entre a Rússia
e a Ucrânia vão decidir se preferem manter-se integrados no território ucraniano,
com uma autonomia reforçada, ou se querem mudar-se para a Federação Russa. No
entanto, a consulta popular, que foi convocada por um parlamento regional tomado de
assalto por homens armados em finais de Fevereiro, não tem validade legal aos olhos
da União Europeia, dos Estados Unidos e das novas autoridades da Ucrânia. Grupos de
ucranianos da Crimeia já afirmaram que vão boicotar este referendo. (RS)