Lampedusa já tem religiosas ao serviço da população local e dos migrantes. Trata-se
três irmãs da Congregação dos Pobres do P. Marinello, que têm como carisma “A caridade
de Cristo”. Chegaram à ilha no passado dia 22 de Fevereiro. É que a Congregação se
sentiu interpelada a este novo empenho em Julho passado, quando o Papa Francisco se
deslocou a Lampedusa. Nessa altura um sacerdote de Palermo disse à superiora geral
da Congregação: “é desde o inicio da segunda guerra mundial que não há religiosas
em Lampedusa. 70 anos, portanto”. A superiora sentiu isso como uma chamada a elas
dirigida e não demorou em pedir ao bispo de Agrigento licença para desempenharem a
sua missão na ilha.
A três irmãs (Maria, Paula e Verónica), que formam de
momento a comunidade, foram imediatamente bem acolhidas pelas pessoas que as param
na rua para saber quais serão as suas actividades e as chamam “pombas brancas” devido
ao seu hábito cândido.
O Papa Francisco exprimiu, através duma carta enviada
à superiora, a sua alegria e apreço pela abertura dessa comunidade na ilha de Lampedusa.
Aliás, foi o próprio Pontífice que lhes indicou o dia para lá chegarem: 22 de Fevereiro,
Dia da Cátedra de São Pedro.
As três irmãs estão ainda a organizar a sua missão.
Terão como base um pequeno apartamento que estão ainda a procurar no centro da cidade.
O facto de terem chegado a Lampedusa sem uma base organizada – disse a superiora –
as faz sentir humildes, serenas e semelhantes aos milhares de migrantes que desembarcam
na ilha.
As três irmãs já contactaram um grupo da Caritas local, colaboram
com a paróquia, e levam a eucaristia a anciãos e enfermos nas casas.
A congregação
das Irmãs dos Pobres do P. Marinello, nasceu em Licata, Província italiana de Agrigento
em 1901, sob forma de sociedade de beneficência. Foi reconhecida como ente de direito
diocesano em 1924.
O P. Vincenzo Marinello (1870-1939), por humildade e admiração
pelo famoso santo da caridade, designou inicialmente o seu instituto “Irmãs dos Pobres
de São Vicente de Paula”. Mas no capitulo geral de 1989-1990, para evitar confusões
com outros institutos, passaram a ser chamadas “Irmãs dos Pobres do P. Marinello”,
que é conhecido como “o pai dos pobres” pelo seu grande empenho a favor dos mais necessitados,
quando a cidade de Licata se encontrava em grande pobreza e carência alimentar – lê-se
na edição italiana do jornal do Vaticano “L’Osservatore Romano” de quinta-feira,
6 de Março.