Cardeal Turkson: "Preocupam as ideologias que tentam reescrever os direitos humanos"
Bratislava (RV) - O tema da liberdade religiosa foi abordado, nesta terça-feira,
em Bratislava, capital da Eslováquia, pelo Presidente do Pontifício Conselho da Justiça
e da Paz, Cardeal Peter Turkson, no âmbito do encontro internacional intitulado "Igreja
e direitos humanos", promovido pela Conferência Episcopal Eslovaca.
"A guerra
em nome de Deus e Deus escondido no particular de uma existência. São os dois adversários
de uma vida religiosa normal. A Igreja sempre afirmou isso, não obstante as perseguições
de seus filhos e alimentando o diálogo com aqueles que, embora de outra fé, compartilham
a verdade. O nome de Deus não deve ser manipulado para fins de violência e Deus não
pode ser excluído da vida pública", disse o purpurado em seu discurso.
"A liberdade
religiosa é inseparável da liberdade de pensamento e consciência. Os cristãos são
hoje o mais numeroso grupo religioso que sofre perseguição em muitos países por causa
de sua fé", disse ainda o Cardeal Turkson que fez um apelo a todos os governos para
que protejam os direitos de seus cidadãos, seja qual for a sua religião.
"Certamente,
somente as leis não bastam. Para possuir uma mentalidade que respeite este direito
é necessário uma educação religiosa eficaz que ajude o ser humano compreender a contribuição
positiva que a fé genuína pode oferecer", disse ainda o Presidente do Pontifício Conselho
da Justiça e da Paz.
Segundo o purpurado, "essa educação deve se distanciar
de uma concepção relativista que restringe o campo de aplicação dos direitos humanos
que são universais, inalienáveis, invioláveis e não sujeitos a mudança e contingentes
visões políticas e culturais".
Nesse ponto, o Cardeal Turkson se disse preocupado
com as ideologias que tentam reescrever os direitos humanos ou criar novos, como a
promoção dos chamados direitos reprodutivos que escondem o drama do aborto, a eutanásia
para menores, a ideologia do gênero e casamentos homossexuais.
"A Igreja Católica
é e permanece uma protagonista no esforço para fazer dos direitos humanos uma realidade,
porque continuamente defende a dignidade intrínseca da pessoa e o direito à vida,
desde a concepção até a morte natural, como o primeiro de todos os direitos humanos
e a pré-condição para todos os outros", concluiu o Cardeal Turkson. (MJ)