Venezuela – continua a violência nas ruas. Já faltam bens essenciais
Na Venezuela
a onda de protestos que o governo de Nicolás Maduro enfrenta é o mais significativo
movimento de sublevação no espaço de uma década - como podemos ler na edição on line
do Jornal português I. Estes protestos chegam num momento em que o país assiste a
uma degradação vertiginosa das suas condições sociais e económicas, com a mais alta
taxa de inflação das nações sul-americanas e uma das piores taxas de homicídio do
mundo - a cada 20 minutos morre outro venezuelano vítima de crime violento, e na capital,
Caracas, há mais sequestros do que na cidade mais violenta da região – a Cidade do
México.
Depois existem ainda os problemas relacionados com o mercado negro,
para onde são escoados grande parte dos bens importados e onde a moeda de referência
é o dólar - que vale muito mais que os 6,2 bolívares (taxa de câmbio oficial, ainda
que meramente virtual). O governo de Nicolás Maduro mantém esta taxa fixa o que incentiva
o tráfico de bens básicos. Os problemas de escassez nas lojas comuns e cadeias de
supermercado leva, por sua vez, a que os venezuelanos sejam forçados a perder horas
de um lado para o outro e em longas filas para conseguirem comprar bens essenciais,
como leite, açúcar, carne, entre outros.
Recordemos que ainda na passada quarta-feira
na audiência-geral na Praça de S. Pedro o Papa Francisco apelou para a paz e reconciliação
nacional naquele país:
“Sigo com particular apreensão o que está a acontecer
nestes dias na Venezuela. Desejo vivamente que acabem o mais depressa possível as
violências e as hostilidades e que todo o povo venezuelano, a partir dos responsáveis
políticos e institucionais, favoreçam a reconciliação nacional, através do perdão
recíproco e de um diálogo sincero, respeitoso da verdade e da justiça, capaz de enfrentar
temas concretos para o bem comum. Ao mesmo tempo asseguro a minha constante oração,
em particular, para todos quantos perderam a vida nos confrontos e pelas suas famílias,
convido todos os crentes a elevar súplicas a Deus, pela materna intercessão de Nossa
Senhora de Coromoto, por forma a que o país reencontre prontamente paz e concórdia.”