2014-02-28 13:23:12

Novo cardeal das Filipinas pede à Igreja para se voltar aos pobres


Cidade do Vaticano (RV) - “A origem da Igreja é a pobreza”, afirmou o Cardeal filipino Orlando Quevedo. “E o trajeto de Jesus Cristo foi um trajeto junto aos pobres. Hoje, a Igreja tem riquezas, instituições”, continuou o religioso. “Mas eu gostaria de pensar que a única maneira que a Igreja poderia redimir estes recursos, bem como suas instituições, seria alocá-los no serviço da justiça e dos empobrecidos por amor ao reino de Deus.

Dom Quevedo, que administra a Arquidiocese de Cotabato, nas Filipinas, foi feito cardeal junto de outros 18 prelados em uma cerimônia presidida pelo Papa Francisco sábado, 22.

Em entrevista coletiva no Pontifício Colégio Filipino, em Roma, falou de uma visão asiática de Igreja construída sobre as comunidades eclesiais de base com um estilo colaborativo de liderança. Esta visão de Igreja é importante para a visão do Papa Francisco, “que está olhando para a periferia, em vez de olhar para o centro”, afirmou.

A Arquidiocese de Cotabato, localizada no sul da ilha filipina de Mindanao, é conhecida pela luta contra os altos índices de pobreza e pela proporção quase igual de católicos e muçulmanos (48 e 47% respectivamente).

Fazendo notar que mais de 50% das pessoas de sua arquidiocese vivem sob a linha da pobreza, Quevedo disse que a ideia de a Igreja se tornar uma “Igreja para os pobres” não é “alheia ao início e ao núcleo daquilo que a Igreja deve ser”. “A Igreja é uma comunidade de seguidores de Cristo”, afirmou. “E Cristo foi o Cristo pobre, o Cristo que anunciou o reino às pessoas pobres, que escolheu os pobres para serem seus discípulos”.

“Creio que a Igreja deveria ser assim”, disse ele. “Isso é fácil? [Não, é] difícil. Tem que haver uma mudança radical na mentalidade dos leigos, do clero, dos religiosos e religiosas, dos bispos: uma mudança radical de mentalidade e uma mudança radical no uso das instituições. Precisamos, porém, dar o primeiro passo.
“Não estamos falando de uma mudança de doutrina”, acrescentou. “Trata-se de uma mudança de ponto de vista, uma mudança do lado no qual a Igreja está. Deve estar ao lado dos ricos e poderosos, ou junto dos empobrecidos e dos mais fracos?”

A respeito do papel de cardeal, Dom Quevedo lembrou que “não se trata de honra, nem privilégio tampouco poder”. Em vez disso, afirmou, a expectativa para um cardeal é a de um “grande serviço às pessoas, de um serviço maior”.
(CM-National Catholic Repórter)








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